Yngwie-Malmsteen-no-palco

[De David García, para a Cutaway Guitar Magazine] No mundo da guitarra, o nome Yngwie Malmsteen não precisa de apresentações. Com quatro décadas de atividade, o virtuoso sueco lança seu vigésimo primeiro álbum de estúdio. É sempre um prazer conversar com uma verdadeira lenda das seis cordas.

Seu novo álbum “Blue lightning” foi lançado no dia 29 de março (2019). Inclui quatro novas músicas e versões de grandes clássicos. Como surgiu essa ideia?

Desculpe, mas não são versões. São o que eu chamo de “variações”. Uma versão é quando você toca exatamente a mesma coisa.

Há muito tempo, algo como 20 ou 30 anos, as pessoas chegam em passagens de som, ou onde quer que eu esteja, e me dizem “você deveria fazer um álbum de blues” porque me ouviram tocar blues naquela ocasião e não entendiam como eu não fiz nada nesse estilo, pois só conhecem meu material mais neoclássico.

Cerca de um ano atrás, o Mascot Label Group me contatou. Ed, da empresa, sugeriu que eu fizesse um disco de blues. Eu disse “Eu não sei se um disco de blues, mas eu vou te dar um disco bluesy“. Eles queriam que fossem clássicos, então eu propus as músicas e eles gostaram. E é claro, também escrevi esses quatro novos temas.

Como foi o processo de gravação do álbum?

Eu estava no meio da turnê mundial do meu álbum “World on fire”. Quando fazíamos uma parada de uma semana, ou seja lá quanto tempo fosse, eu ia ao estúdio gravar, depois voltava para a turnê e assim foi feito, aos poucos. Eu gosto de trabalhar assim. Eu toquei todos os instrumentos e gravei todas as vozes.

Quantas guitarras você usou na gravação? Tem alguma preferida?

Eu costumava ter, mas eu não gostava da ideia de ficar muito acostumado a uma só. Eu faço isso por minha opção própria, pois pode acontecer algo de ruim com o instrumento ou ser roubado… isso seria um grande problema. Então eu uso a que estiver à mão, eu tenho um monte de Stratocasters Yngwie Malmsteen Signature, também algumas Les Pauls e Flying V’s, Stratos dos anos 50 e 60 etc. Eu tenho todas as guitarras do mundo, mas eu sempre acabo voltando para a minha signature Yngwie Malmsteen.

Como você regula suas guitarras?

A ponte é flutuante, isso é importante. E a ação é bem alta, o som é melhor com a alta ação. Com as cordas baixas não soa igual.

Conte-nos um pouco sobre o equipamento que você usou para este álbum: amplificadores, pedais…

Eu usei minhas guitarras, elas tem captadores Seymour Duncan, modelo Yngwie Malmsteen (YJM Fury). Os captadores são a coisa mais importante na guitarra. Eles passaram através de um pedal Yngwie Malmsteen Overdrive feito pela Fender. Você tem que testar, é ótimo! Todos conectados a um Marshall Yngwie Malmsteen (risos). Todos equipamentos de assinatura, você sabe. Tudo muito simples, eu também uso um Wah Cry Baby.

Em junho, a Fender lançará a Yngwie Malmsteen Signature 30º Aniversário, será ótimo! O braço será 1968 Maple Cap. Estará disponível em Sonic Blue, Candy Apple Red, Olympic White e Burgundy Mist. Na verdade, eu tenho os protótipos no estúdio agora mesmo.

Como você costuma ajustar seus Marshalls?

Tudo no 10.

Você planeja uma turnê de lançamento?

Estamos trabalhando nisso agora. Recebemos muitos convites. Temos um agente encarregado do agendamento, não meu empresário, nem eu. Nós não cuidamos disso. Nós recebemos as ofertas e as avaliamos. Eu tenho uma grande turnê americana em abril é o que eu sei por agora.

Depois de décadas de turnês mundiais e muitos álbuns, como você mantém o frescor para lidar com novos projetos?

Eu tenho o luxo de possuir meu próprio estúdio de gravação. Foi a melhor coisa que pude fazer em 1995, quando o construí. Antes de todo mundo ter o ProTools e coisas assim, eu tinha um estúdio de gravação de verdade com gravadores, enormes mesas analógicas, um grande estúdio, porque eu sempre me sentia meio preso quando ia a um estúdio.

Normalmente eu escrevia uma música, fazia uma demo, ensinava para a banda, depois íamos para a sala de ensaios e finalmente para o estúdio para gravar as bases, guitarras, vozes, etc. Eu odiava tudo isso. Agora, se eu estou inspirado, eu vou para o meu estúdio e gravo o que quer que seja, guitarra ou voz, o que quer que eu tenha feito e quando eu gravo de primeira é muito mais legal, eu amo isso.

Quando não estou no estúdio, se não estou inspirado, faço como agora, dou uma volta em Miami Beach em uma Ferrari, jogo tênis, esse tipo de coisa, me afasto da música por um momento.

Qual foi sua primeira guitarra? Ainda a tem?

Não. Meu primeiro violão foi um presente da minha mãe no meu aniversário, quando eu tinha cinco anos de idade. Eu comecei a tocar quando tinha sete anos. Quando eu tinha oito anos, eu tive minha primeira guitarra elétrica, então eu destruí meu violão. E quando eu consegui minha guitarra seguinte eu fiz o mesmo com a anterior. Era algo que eu costumava fazer. Eu gostaria de tê-las mantido, mas não o fiz. Isso foi há muito, muito tempo atrás.

E para terminar, algum conselho para guitarristas que estão começando?

Você deve aprender teoria. VOCÊ DEVE aprender teoria. E você deve se forçar a improvisar. É a coisa mais importante, não tente tocar como qualquer outra pessoa. Aprenda a teoria e improvise.

Conhecendo as regras, a parte matemática, tudo o que você achar que soará bem, toque. É o jeito de se encontrar, porque muitos músicos tentam imitar outros músicos, e é bom ter influências, mas você tem que deixar a música fluir por si só. Pode parecer um pouco filosófico, mas esse é o meu conselho. Isso se você quiser ser um bom músico. Se você quiser ser bem sucedido, você não precisa saber nada, apenas encontre as pessoas certas. Você não precisa ser bom. São diferentes aspectos do que você pode fazer.

Muito obrigado pelo seu tempo. Desejamos sucesso com este novo álbum e a tour de lançamento.

Muito obrigado, foi um prazer conversar com você.


Artigo original de Cutaway Revista de Guitarras. Traduzido por Musicosmos e publicado sob licença de Cutaway. Todos os direitos reservados.


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