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Quando pensamos em começar a tocar, na grande maioria das vezes, nos imaginamos em grandes palcos, grandes equipamentos, bateria, baixo, guitarra, teclado, backing-vocal, iluminação pesada, tocando o estilo que a gente mais gosta. Mas quando tudo começa, percebemos que não é bem por aí que a banda toca, literalmente. Nos encontramos em situações adversas, pequenos espaços, pouco incentivo, para não falar incentivo nenhum dependo do gênero musical. Temos que nos manter na ativa, tocando sempre que pudermos e se você for um Músico que se encaixa em estilos de sons diferentes as chances de mais e mais gigs aparecerem cresce exponencialmente.

Hoje a bateria se enquadra em várias possibilidades, desde cerimônias de casamento à pequenos palcos “da noite”, o famoso barzinho. Mas não dá para encarar esses tipos de gigs da mesma forma que se encara um show para mais de mil pessoas. Há uma grande possibilidade de que, em um cenário você irá dividir o som com um violino, viola, sax, um piano mais trabalhado, arranjos complexos, com a finalidade de se criar uma atmosfera para a música. Em contrapartida você também pode se encontrar em uma formação que não vai passar de você e seu parceiro no violão.

O interessante é que cada vez mais as músicas tocadas nas mais diferentes situações acabam sendo as mesmas. Porém não podemos encarar as gigs da mesma forma, pois são formações musicais completamente diferentes. Também não podemos perder a qualidade sonora, e quando digo isso não é relacionado a caixa de som usada, mas sim como soamos em diferentes situações. Então como fazemos isso?

Cada situação vai exigir uma abordagem diferente, ou se você preferir, uma linguagem diferente. Da mesma maneira que você não toca uma valsa como você toca hip-hop, temos que nos adaptar a formação musical de cada gig. Hora isso nos exige um play mais criativo, preenchendo espaços, hora algo mais fechado no básico, fazendo a cama para os outros instrumentos. Se você conseguir fazer isso com segurança há grandes chances de mais pessoas te chamarem para tocar, pois você demonstrará capacidade de adaptação e absorção da linguagem ou formação musical necessária.

Gosto muito de citar o grande Cuca Teixeira, baterista fenomenal, de uma técnica incrível e de uma versatilidade ainda mais incrível. Você vai encontrar Cuca em uma gig de Jazz, fritando tudo em um show instrumental com um guitarrista e um baixista, e no dia seguinte mantendo um groove de samba ”fechadinho” no show da Maria Rita em frente a um teatro lotado.

Pode parecer complexo, mas tudo se baseia em uma ideia inicial, o bom senso. Quando a formação não apresenta tantos instrumentos, ou seja, recursos sonoros, os espaços se apresentam muito maiores, então o preenchimento se mostra necessário. Por outro lado, quando temos um grande número de instrumentistas ao nosso lado, acaba sendo de bom tom se manter ao arranjo, pois teremos várias linhas musicais acontecendo e se você sair fazendo nota a torto e direito, há grandes chances de soar como uma salada de música mal temperada. Mas é claro que isso não é tudo.

Se você cair de paraquedas no meio da Alemanha, e nunca falou, estudou ou escutou alemão na sua vida, acredito que vai ser bem difícil conseguir se comunicar, porém o Inglês é muito bem falado e boa parte da população alemã fala Inglês fluentemente. Não, eu não estou achando que para você melhorar como músico você tem que ir para a Alemanha, CALMA! Da mesma forma que falar Inglês iria lhe ajudar a se virar em boa parte da Europa, se você tiver conhecimento prévio de alguns conteúdos chaves, independentemente da gig que apareça, você vai conseguir executar o som sem maiores problemas. Mas então o que são esses conteúdos chaves?

Temos a benção de falarmos uma linguagem universal, música é música em qualquer lugar do mundo e um bom conhecimento de gêneros, ritmos, divisões rítmicas e arranjos vai te deixar com um vasto vocabulário musical. Ou seja, por mais que você não conheça aquela música em particular, lá na sua biblioteca de conhecimento musical, dentro da sua cabeça, vai ter um conteúdo que te preparou para aquela situação. Sendo esse, um conhecimento sobre como são os arranjos básicos daquele estilo ou como geralmente são executadas as divisões rítmicas do gênero em questão. Conforme você estuda o samba, por exemplo, é possível perceber alguns “jargões”, frases rítmicas que se repetem em diferentes músicas e isso acontece em todo gênero musical que você imaginar; R&B, Rock, Jazz, Sertanejo, qualquer um. Então um bom estudo, e quando digo isso também me refiro ao ato de *escutar música, vai sim te tornar um músico melhor e mais versátil, aumentando assim ainda mais as possibilidades que podem aparecer.

*apreciação musical: Ato de apreciar, avaliar a situação ou condição de algo, de modo a analisar e observar determinada música/instrumento.


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Sobre o Autor

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Rafael Javaro
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Rafael Javaro trabalha como baterista profissional e educador musical de bateria e percussão há mais de 10 anos. Lecionou no Projeto Guri (Maior programa sociocultural da América Latina para crianças e adolescentes) entre os anos de 2012 e 2017. Estudou com grandes nomes da música brasileira como, Edu Ribeiro, Oscar (Bolão), Nailor Proveta, Sizão Machado, Kleber Almeida, Vinicius Dorin, Cesar Machado, dentre outros. Participou de projetos na Irlanda e nos Estados Unidos, sempre com o foco voltado ao aprimoramento musical.
Iniciou um canal no Youtube onde divulga aulas Gratuitas de Bateria e Ideias sobre como aprimorar os estudos.