Review do Amplificador Hughes & Kettner Black Spirit 200

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[su_label type=”black”]De Joe Charupakorn para Premier Guitar. [/su_label]

A Hughes & Kettner é uma fabricante de amplificadores confiável e com visão de futuro. Com a sua iluminação azulada, painéis de controle com vários botões e tendências de alto ganho, eles são o mais longe que você pode ficar dos obcecados pela onda retrô. E o novo Black Spirit 200 não poderia ser mais emblemático dessas tendências modernas de design de amplificador.

O amplificador transistorizado programável de 4 canais apresenta uma série de efeitos incorporados, pode processar cerca de um zilhão de predefinições e inclui o simulador DI / alto-falante Red Box AE+ da empresa. Mas o desvio mais notável das tradições pode ser o abandono total de válvulas no Black Spirit – permitindo 200W de potência em um cabeçote compacto que pesa menos de 3,6Kg e que também pode ser configurado para operar com potência de saída de 2W ou 20W.

Complexo mas ainda simples

O painel frontal do Black Spirit aparenta estar lotado (pouca surpresa, considerando seus muitos recursos), mas é mais intuitivo do que parece. Os botões permitem várias funções, incluindo ligar a energia, armazenar predefinições e acessar efeitos. Os três botões mais à esquerda são dedicados ao volume principal, presença e ressonância. Os próximos sete botões, no entanto, servem a funções duplas. Na posição padrão, eles controlam sagging, noise gate, agudos, médios, graves, volume e o ganho. Quando o botão “FX access” é pressionado, as funções mudam para um seletor de gabinete (com oito posições selecionáveis), reverb, nível de delay, feedback, tempo de delay, tipo de modulação (você pode escolher chorus, flanger, phaser ou trêmolo) e intensidade de modulação. Um botão final permite que você escolha entre quatro canais – clean, crunch, lead e ultra.

O controle sagging é útil para ajustes de dinâmica

Opções predefinidas são abundantes no Black Spirit, que oferece 128 locais programáveis como 32 bancos de quatro presets – e é, provavelmente, mais do que você jamais precisará. Como acontece com muitos amplificadores e pedais que possuem opções predefinidas, as posições dos botões do amplificador param de se correlacionar com o que você ouve quando você alterna entre as predefinições. Mas há um aplicativo iOS que permite visualizar e interagir remotamente com todos os parâmetros em tempo real (uma versão do Android está a caminho).

Se você realmente quiser maximizar o potencial do Black Spirit, obter o pedal MIDI FSM-432 MK III opcional é o caminho. É um pouco caro, custa US$ 219 (NT: preço nos EUA), mas para tocar ao vivo e mudar de som em tempo real, é essencial. Este pedal de sete botões permite que você acione diretamente os presets, use efeitos virtuais no modo stompbox ou ajuste o tap-tempo do delay. É muito bem feito, e a alternância entre as predefinições é perfeita, sem qualquer estalo ou ruído.

Salvar presets é fácil no Black Spirit. Você pressiona o botão de armazenamento por dois segundos e substitui a predefinição atual. Se você quiser salvar a predefinição em um local diferente, pressione o botão de armazenamento rapidamente e use o footswitch para atribuir o local onde deseja armazenar o som.

A Hughes & Kettner mostra certa contenção com a seleção de efeitos. Em vez de oferecer todos os efeitos possíveis, eles incluíram efeitos básicos que cobrem as necessidades da maioria dos guitarristas. Existem limites além do número de efeitos. Você só pode usar um efeito de modulação de cada vez, por exemplo. Mas se você depende de sons mais esotéricos, você não está sem sorte: basta ligar os efeitos externos no loop de efeitos.

Criando Esplêndidos Espíritos

Eu testei o Black Spirit com um gabinete 1×12 equipado com falante Celestion usando uma Ernie Ball/ Music Man Axis Sport. Comecei com o canal limpo com presença por volta de 9 horas, ressonância em torno de 1 hora, ganho por volta de 7 horas e sagging, noise gate e todos os controles de EQ em meio-dia. Eu também apliquei um pequeno slapback echo e reverb. O som era claro, com uma ligeira compressão perceptível – perfeito para números suaves, de notas únicas e de ritmo pop-funk. Adicionar chorus deu às mesmas configurações uma textura onírica, atmosférica, perfeita para acordes exuberantes e complexos. Usando o canal crunch com presença por volta das 1 hora, ressonância em torno de 1 hora, ganho em 10 horas, e sagging, noise gate e todos os controles de EQ em meio-dia (mais um toque de flanger), eu criei sons de ritmo com um pouco de agressividade.

Os canais lead e ultra são excelentes para estilos pesados e podem abranger desde o thrash até o moderno metal de afinação baixa. Eu obtive ótimos resultados com a presença do canal ultra em torno de 1 hora, ganho no máximo, noise gate em torno de 1 hora, sagging e todos os controles de EQ em meio-dia. Ter um noise gate embutido ajuda a tornar utilizáveis estes sons exagerados, embora nesses níveis de ganho, uma rápida batida nas 6 cordas parecesse um pouco turva. Consegui resolver esse problema reduzindo a ressonância, o que significava saída com menos corpo, mas muito mais clareza. O controle sagging também é útil para esses tipos de ajustes dinâmicos. Configurações de sagging mais agressivas proporcionaram ao amplificador uma sensação mais líquida, facilitando muito a execução nos registros superiores.

O veredito

Por US$ 879 (NT: preço nos EUA), o Black Spirit não é barato para um amplificador solid state. Curiosamente, os equivalentes do Black Spirit equipados com válvulas, como o GrandMeister Deluxe 40, custam apenas mais algumas centenas de dólares.

Mas, devido à sua profunda capacidade de modelagem de timbre, do limpo ao alto ganho, esse amplificador valerá o dinheiro para muitos músicos – particularmente para os do espectro shred, dentro de um conceito de amp compacto com efeitos embutidos – configuração que pode caber em uma mala de mão de avião e dar conta de um show em uma grande arena. Você terá um pacote muito atraente e utilitário para o preço.


Joe Charupakorn. O nativo da cidade de Nova York é um guitarrista, autor e editor. Ele entrevistou os maiores ícones de guitarra do mundo, incluindo Steve Vai, Joe Satriani, Yngwie Malmsteen, Carlos Santana, Neal Schon e Dave Davies, entre muitos outros, para a Premier Guitar. Além disso, ele escreveu mais de 20 livros de instrução para Hal Leonard Corporation. Seus livros estão disponíveis em todo o mundo e foram traduzidos para vários idiomas. Visite-o na web em joecharupakorn.com.


Artigo originalmente publicado em Premier Guitar, traduzido e publicado por Musicosmos sob licença de Premier Guitar. Todos os direitos reservados. All rights reserved. Visit www.premierguitar.com