[De Nonnomatteo para Accordo.] O Plasma Pedal transforma o sinal que vem do instrumento em descargas elétricas de alta voltagem para produzir distorção de uma maneira nunca antes ouvida. Realmente, aqui está um fuzz singular.
Todos concordamos que “música é a arte dos sons”, e isso é verdadeiro também para os guitarristas. Basta pensar naqueles que deixaram uma marca na história da guitarra pela maneira como renovaram o som do instrumento.
De minha parte, eu não conhecia este pedal antes de me deparar com o Plasma Pedal produzido pela Gamechanger Audio (sim, o próprio: aquele com descargas elétricas no tubo Xenônio, ou “a máquina relâmpagos” como meu filho chama) e ficar fissurado para comprar um.
A web está cheia de informações sobre como ele é feito, quantos botões ele tem e coisas assim. Eu quero falar com você sobre quais são as características sonoras deste objeto de admiração e o quanto eu acredito firmemente que ele pode favorecer um jovem guitarrista.
Devo dizer que aqueles em busca de “um som de Gilmour”, “o timbre dos bons-e-velhos tempos”, ou “aquela distorção que só o Slash ou Bonamassa tem” não devem comprar este pedal sob pena de fazer a felicidade de quem for comprá-lo de segunda mão imediatamente depois. É um pedal difícil de domar e não lhe dará nada disso. Pior: antes de desistir, você ainda vai penar muito.
Mas… se, por outro lado, você estiver especialmente interessado em novos sons, em música indie ou se quiser que sua guitarra tenha um som único e notável… bem, este é o pedal certo para você.
O Plasma Pedal é uma distorção, mais precisamente um fuzz. É um pedal totalmente analógico e é true-bypass, ele permite que você misture o som seco de entrada com o som processado, indo de um completamente limpo (que não é tão limpo assim) para um totalmente distorcido – e tem um interruptor na parte de trás que ativa equalização do pedal também para o som seco.
Deve ser destacado imediatamente que é um pedal com uma personalidade forte, pois a saturação ocorre graças à transformação do sinal de áudio em… descargas elétricas!
Quando usado com sinal 100% processado (potenciômetro Blend no máximo) é realmente difícil de perceber se você está usando uma guitarra humbucker ou single coil – até mesmo o uso do Tone tem pouca influência no som.
Da mesma forma, é inútil mexer no volume: abaixando-o, o sinal permanece praticamente inalterado até ficar muito fraco e o som desaparecer completamente. Além disso, um noise gate natural é acionado e, reduzindo o ganho (aqui renomeado “Voltage”), o efeito continua presente até que (também neste caso) o sinal desapareça completamente.
O efeito resultante é um som devastador capaz de evocar a força de uma manada de dinossauros.
O sinal é muito comprimido e você não consegue criar dinâmica. No entanto, o gate acionado dá impacto aos ritmos (mesmo muito rápidos) e permite a típica execução de Buckethead (mas sem ter que pressionar um kill switch). A distorção tem um caráter completamente “aleatório”, nunca é constante e quando o sinal se torna fraco o pedal quebra o som interrompendo-o aleatoriamente até que se desintegre em uma série de ruídos que lembram muito um amplificador quebrado – e é aqui que se cria a magia.
Eu pessoalmente acredito que este é o aspecto mais interessante do pedal: quando o som começa a se despedaçar, evocando amplificadores jurássicos, distorções medievais que têm um ataque, uma malícia nunca antes sentida – e uma graça incomum.
No vídeo que gravei, comecei a partir do som no modo “full aggressive”, com ganho alto, e mix em “totalmente distorcido”. Lentamente reduzi a distorção e comecei a misturar o sinal distorcido com o som limpo (onde o timbre da guitarra começa a ser ouvido novamente.)
Somente na parte final eu ativei um delay (Carbon Copy – que acende e fica claramente visível).
Para gravar usei minha Duesenberg 49er, o Plasma Pedal, e enviei tudo para a placa de som com o Nux Solid Studio (outro pedal fundamental na minha opinião) regulado para a simulação de um Vox AC30.
Eu não gravei nada com compressor: quando você ajusta o pedal com o Blend em zero (somente som limpo) o som é muito fiel ao bypass. No entanto, se você ligar um compressor (ou um boost) ou enviar um sinal um pouco maior, o som se torna crunch apesar do tubo Xenônio ser desligado, e aqui as possibilidades sonoras se multiplicam consideravelmente.
Acho que o Plasma Pedal é um grande aliado para sair dos clichês da guitarra e dar personalidade ao seu som. Em uma primeira audição pode parecer um pedal extremo (na verdade é, dado que certos riffs Stoner se tornam realmente colossais com esta distorção), no entanto esta configuração (com ganho alto) é o uso mais banal que pode ser feito dele.
Existem inúmeros contextos pop/blues/electro onde o pedal pode revolucionar seu desempenho e abrilhantar sua performance.
Além de tudo, os caras da Gamechanger Audio são legais, gentis e extremamente disponíveis para suporte técnico, respostas e esclarecimentos.
Originalmente publicado no site Accordo.it – Traduzido e reproduzido por Musicosmos, com autorização.
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