Buddy Guy não envelhece. É possível perceber um certo decaimento físico de Guy, afinal a idade pesa, mas sua capacidade de tocar e cantar parecem inalteradas pelos anos. Dizer que ele está melhor do que nunca seria um exagero, pois sua carreira irregular teve momentos memoráveis. Por exemplo, aqui na Musicosmos o disco Damn Right I’ve Got the Blues (1991) é um dos preferidos de todos os tempos. Então, feita a ressalva, Buddy Guy está em ótima forma. Reuniu uma ótima banda, convidou Jeff Beck, Mick Jagger e Keith Richards para a festa e pariu um dos melhores discos de sua carreira.
Apesar de ser um remanescente da primeira geração do blues elétrico – mesmo sendo um pouco mais novo que os pioneiros do gênero – ele se mantém moderno e relevante. Tendo gravado e excursionado com Muddy Waters décadas atrás, é notório que há milhares de jovens tocando blues de modo muito mais datado e antigo que Buddy Guy, mesmo considerando que ele é representante de um estilo musical essencialmente conservador. Buddy Guy soa sempre moderno e, às vezes, muito atrevido e jovem.
Também compareceram à gravação os músicos do Muscle Shoals Horns, icônico naipe de metais que assume os instrumentos de sopro do disco.
Também é necessário destacar o produtor Tom Hambridge, parceiro há anos de Guy e coautor de parte das músicas. Buddy Guy deve confiar nesse cara e parece que tem motivos para isso. The Blues is Alive and Well é realmente ótimo, não deixe de ouvir se você gosta de blues ou se quer conhecer melhor o estilo. Se você é um guitarrista, então tudo o que Buddy Guy já gravou é essencial.
O álbum anterior, Born to PLay Guitar, estreou em 1º lugar na parada Top Blues da Billboard, e The Blues is Alive and Well deve seguir o mesmo caminho de sucesso. Não perca a música Cognac, com Beck e Richards, se você quiser escolher apenas uma.
Buddy Guy fará 82 anos em julho, está vivo e bem.
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