[su_label type=”black”]Fabrizio Dadò.[/su_label] Assistir ao vídeo oficial deste monstruoso novo modulador da Electro-Harmonix me fez entender que, para valer o que custa (cerca de 300 Euros na Europa), é preciso ter a cabeça de um compositor eclético e deixar um pouco de lado o espírito de guitar-hero sonhador.
O modulador polirrítmico Electro-Harmonix Mod Rex é um multi-efeitos digital com entradas e saídas estéreo. Existem conexões nas laterais para um pedal de expressão, click ou foot-controler externo. Ao lado do soquete da fonte de alimentação (incluída) há uma entrada MIDI In para controle via MIDI.
Poliestrutura
Como o “subtítulo” diz, o Mod Rex é um modulador polirrítmico digital. Tem uma seção MOD que oferece a seleção de 4 efeitos: vibrato, flanger, chorus e phaser. Uma segunda seção cuida do tremolo, uma terceira do pan e uma quarta dos filtros, com opções de modulação, passa-baixa, passa-alta e passa-banda.
Todas as seções possuem um botão Division para selecionar a divisão correspondente, sincronizada com os outros módulos de efeitos e mostrada no visor central: o primeiro dígito à esquerda corresponde à divisão rítmica da seção Mod, o segundo para o Tremolo, o terceiro para o Pan e o quarto para o Filtro. Dado um valor de 1 a 9, as divisões são seguidas, da semibreve até a semicolcheia, passando por notas pontuadas, tercinas, etc. Se o dígito é zero, indica a exclusão da cadeia de efeitos da seção correspondente do Mod Rex. Tudo isso é exemplificado em uma série de ícones abaixo do visor.
Interface EHX
A interface homem/efeito da Electro-Harmonix é do tipo ame ou odeie, mas devemos reconhecer a busca por um equilíbrio razoável entre um equipamento analógico, embora complexo, e uma grande quantidade de controles. Em cerca de dez minutos, com a ajuda do manual fornecido, fomos capazes de operar o Mod Rex que nos foi enviado para o teste. A única coisa com algum grau de dificuldade é a seleção das 4 formas do LFO (Rising e Falling Sawtooth, Triangle, Square) em todos os efeitos, obtidos pressionando os botões Shape e Select, não muito próximos.
Controles
A caixa robusta de liga de metal combina gráficos bonitos e uma divisão clara de efeitos e controles.
Na parte central superior há um display de 4 dígitos; na lateral à esquerda temos o botão que ajusta o volume geral do efeito, à direita o seletor Preset que, pressionado, também permite gravar e recuperar as 100 posições de memória. A seguir, o botão de valor do tempo. Outra possibilidade de inserir este valor vem do pedal de TAP (tempo) com indicador LED bem ao lado. O outro footswitch obviamente serve para ativar o Mod Rex.
A seção Mod oferece controles de profundidade e feedback; as seções Trem e Pan, um controle de profundidade; a seção Filtro possui controles de Profundidade, Ressonância e os três modos mencionados (LPF, HPF, BPF), ativados pelo botão Mode. As seções Mod e Filter também oferecem um botão R INV, que move o oscilador para o canal direito, o que é útil para um efeito “mais estéreo” quando há um sinal de entrada mono.
Uso
Basicamente, podemos inserir – é melhor dizer: integrar – o Mod Rex em nossa instrumentação eletrônica para gravações e performances ao vivo, usando-o para criar, modular, variar, espremer, colorir sinais de áudio – possivelmente estéreo já no início – vindos de diferentes instrumentos (guitarra, baixo, teclados) ou computador. E este é o melhor uso do fantástico pedal, em nossa opinião. Em qualquer caso, melhor em uma mesa do que em uma pedaleira.
A questão é: o Mod Rex serve aos guitarristas? Certamente sim, se estes forem do tipo que fazem música eletrônica, sozinhos ou mesmo em uma banda. Eles terão à sua disposição um multi-efeitos muito moderno, capaz de dar caráter e substância a uma produção musical. Por isso, é uma excelente contribuição para o guitarrista que também é autor, produtor, arranjador, intérprete solo.
Do ponto de vista do guitarrista-guitarrista, especialmente se for de uma escola mais tradicional, o Mod Rex é algo do qual você pode manter distância. Não é apenas por causa da grande quantidade de parâmetros, presets, divisões, efeitos e suas possíveis combinações que estão disponíveis – muito além da simples necessidade de um phaser ou tremolo. Não é nem mesmo por essa certa tendência de alguns produtos Electro-Harmonix produzirem sons confusos e extremos, diferente daquilo que procuram os músicos que gostam de sons simples e dentro do padrão. Na realidade – eu mesmo pertencendo à categoria acima mencionada – o que me perturba um pouco no Mod Rex é a sua natureza de timbre digital; isso significa que, mesmo em seu louvável buffer bypass, o som de entrada é respeitado apenas até um certo ponto, perdendo algo na faixa dos graves e na profundidade dinâmica. Se falarmos sobre efeitos individuais, é inútil negar o quanto soam sintéticos, assim como de outros produtos digitais de outros fabricantes. Se você quer um phaser, chorus ou uma simulação de sintetizador analógico, muitas vezes envolvendo alguma sujeira, não vai encontrá-lo neste tipo de pedal: útil, inteligente, profissional, multi-tasking, de alta resolução, mas – como algumas garotas boazinhas (ou garotos bonzinhos) – incapazes de nos fazer perder a cabeça à primeira vista.
Originalmente publicado na revista Axe Guitar Magazine nº 11 – Traduzido e reproduzido por Musicosmos com autorização de Edizioni Palomino, Roma (Itália) – © Edizioni Palomino – Todos os direitos reservados.