Teste da guitarra Caparison Horus-M3 CC

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[su_label type=”black”]Joe Charupakorn, para Premier Guitar[/su_label]

A Caparison Guitars é, neste momento, uma espécie de veterano estadista entre os fabricantes de guitarras de metal com alta qualidade. Fundada em 1995 por ex-funcionários da divisão japonesa da Charvel/Jackson, a Caparison foi comprada por uma empresa britânica em 2011 e agora é de propriedade de George e Gabriel Ösztreicher. Mas o fundador e designer original, Itaru Kanno, ainda está a bordo – pessoalmente inspecionando e montando todas as guitarras antes do envio.

A Caparison constrói armas escolhidas por Killswitch Engage e Mattias Eklundh. E agora a lista de artistas inclui Courtney Cox, das Iron Maidens, cujo instrumento – o Horus-M3 CC – é analisado aqui.

Excessos oitentistas

O corpo da CC é construído com um sanduíche de maple ao centro ladeado por bordas de mogno. Nossa guitarra veio em um impressionante acabamento rosa safira que, combinado com o headstock signature “Devil’s Tail” da Caparison e marcações tipo relógio no braço do instrumento, eleva a aura desta máquina de fritação oitentista.

Peças premium são usadas em toda a CC, incluindo um botão de volume master CTS, um seletor de captadores Switchcraft de 3 vias, um nut com trava Schaller e tarrachas Gotoh. A guitarra vem com cordas DR Veritas (0.009-0.042) e com um semi-case de viagem Voyager Blues Voyager que absorve impactos.

A ponte flutuante Schaller também é um bom hardware. Ela tem um bloco de latão FU-Tone para massa adicional, blocos de travamento de cordas FU-Tone Titanium e parafusos de montagem em aço inoxidável. É uma ponte leve de sensação sólida, com afinadores de fácil ação que tem grande sensibilidade e alcance. Você obtém toda a capacidade de
dive-bombing que você espera, mas o tremolo é ajustado da fábrica para manobras extremas de subida também. Na terceira corda, consegui subir perfeitamente até C, e quase consegui chegar em C#!

Perfeita harmonia

Em todos os pontos a construção da Horus-M3 CC é excelente. O fretwork e a regulagem de fábrica são ambos soberbos. A única questão menor que eu notei, um detalhe, foi uma ligeira irregularidade na pintura da parte superior da cavidade da ponte. (Embora seja possível que isso tenha sido feito intencionalmente como um elemento de design.)

O braço de 5 peças parafusado, feito de maple e nogueira, não é tão fino quanto outros que você vê em máquinas shred, mas é muito confortável. Ele possui uma escala de maple com um raio composto de 14″-16″ e 27 trastes jumbo prateados de níquel, que lhe dão acesso a duas oitavas completas e mais um pouco. O acabamento encerado no braço proporciona uma sensação elegante e rápida que facilita a velocidade. Ter acesso a tantos trastes é muito divertido. Eu tenho uma velha Washburn EC36 com 36 trastes, então estou familiarizado com o pequeno espaço entre os trastes mais altos, mas se você está vindo do layout convencional de 21 a 24 trastes, os espaços apertados podem exigir algum tempo para você se acostumar.

Tocar na “stratosfera” superior da CC me lembrou que, embora as extremidades altas dos trastes às vezes sejam consideradas uma novidade pelos não iniciados, elas são cheias de potencial musical quando usadas de forma judiciosa. É claro que, para fazer um trabalho extra-alto, tocabilidade é imprescindível, e fiquei surpreso que a nota mais alta da guitarra soasse verdadeira e sustentada. Fiquei ainda mais surpreso de poder dar um bend de um tom e meio naquela nota sem problemas. Impressionante.

O recuo do tróculo na junção do braço com o corpo permite acesso ao 27º traste, mas, realisticamente, a parte mais aguda do braço da guitarra é mais tocável nas cordas de E agudo até o G. Do bordão D até o bordão E é difícil obter um ângulo confortável sem contorções estranhas na mão da escala.

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O voo do Horus

Eu testei a Horus-M3 CC com os amplificadores Mesa/Boogie Tremoverb e Fender Prosonic. Os captadores da Caparison – SH-27F single-coil no braço e PH-bc humbucker na ponte – entregam cores de metal clássico que também conseguem ser uma alternativa refrescante ao som de captadores ativos tão proeminentes no metal moderno. O captador do braço é silencioso, excepcionalmente limpo, e está livre da textura densa característica que incomoda em alguns captadores de braço de alto ganho. O captador da ponte é firme e crunchy, e se presta a riffs como a introdução da “22 Acacia Avenue” do Iron Maiden e a melodias como o riff de “Aces High”. Curiosamente, as diferenças de timbre e de volume entre as três posições de captação não são mundos estranhos em configurações comuns de alto ganho. A vantagem é que a troca entre as três posições proporciona mudanças muito orgânicas no timbre.

Não há controle Tone na Horus-M3 CC, mas, embora um deles aumentasse a versatilidade da guitarra, o som característico do instrumento é muito equilibrado, em geral. Os agudos não são estridentes, e há muita variação tonal disponível apenas pela manipulação do controle de volume. Colocando o volume da guitarra em 8, você doma os agudos notavelmente. Baixando para 6, você pode ir de limpo a sujo variando o seu ataque de palheta.

O veredito

Com um preço de US$ 2.799,00 (nos EUA) a Horus-M3 CC é uma extravagância. Mas não há dúvida de que a impressionante qualidade de construção da Horus-M3 CC e o surpreendente alcance sonoro justificarão o custo para muitos músicos com metal nas veias.


Joe Charupakorn. O nativo da cidade de Nova York é um guitarrista, autor e editor. Ele entrevistou os maiores ícones de guitarra do mundo, incluindo Steve Vai, Joe Satriani, Yngwie Malmsteen, Carlos Santana, Neal Schon e Dave Davies, entre muitos outros, para a Premier Guitar. Além disso, ele escreveu mais de 20 livros de instrução para Hal Leonard Corporation. Seus livros estão disponíveis em todo o mundo e foram traduzidos para vários idiomas. Visite-o na web em joecharupakorn.com.


Artigo originalmente publicado em Premier Guitar, traduzido e publicado por Musicosmos sob licença de Premier Guitar. Todos os direitos reservados. All rights reserved. Visit www.premierguitar.com