Depois do Masamune Booster & Kompressor e do Atlantic Delay & Reverb, vamos concluindo os testes da série NuX Verdugo com esta engenhosa “caixa de desejos”: o Nux Solid Studio I.R. & Power Amp Simulator, que é mais do que apenas um simulador de alto-falantes e microfones.
Neste pedal NuX duplo, como sempre, você pode apreciar uma construção séria e robusta – e um belo acabamento metálico azul com serigrafia na cor branca. Na parte de baixo há quatro pés de borracha antiderrapantes para cobrir os orifícios dos parafusos que mantêm a tampa fechada e que não desparafusamos.
As especificações divulgadas falam da conversão AD/DA com resolução de 32 bits e taxa de amostragem de 88,2 kHz. A latência declarada é de 0,7 ms, um valor muito importante se você considerar que alguns dos melhores conversores garantem tempos de conversão de cerca de 2 ms. A fonte de alimentação é de 9V, a partir de uma unidade de alimentação externa (não fornecida), o consumo é de cerca de 240 mA.
O que é o NUX Solid Studio?
Em primeiro lugar, o NUX Solid Studio não é uma placa de som. A proposta é que seja como um simulador de alto-falantes, microfones e Amplificador de Potência para usar na pedaleira ou sobre uma mesa, para gravação ou ao vivo, conectando-se com o uso de terminais específicos a amplificadores, pedais, mixers ou placa de som.
Fiel ao conceito de pedal duplo, o Solid Studio é dividido em duas seções: uma, acionada pelo pedal direito (Amp), dedicada a simulações de amplificação; o outro, acionado pelo pedal esquerdo (Cab/Mic), dedicado a simulação de alto-falantes e microfones.
Com relação à seção Amp, temos os três intuitivos controles Master, Drive e Pres. (presença) e o minúsculo seletor das válvulas de potência simuladas: EL34, 6V6 e EL84; sentimos falta das 6L6 que – sendo oferecidos os modelos Fender Twin e Bassman – não deveriam estar ausentes.
Quanto à seção Cab/Mic, existem dois grandes seletores rotativos, um para os gabinetes e outro para os microfones. Estas são as 8 caixas disponíveis:
- (Roland) Jazz Chorus 120
- (Fender) Deluxe Reverb 112
- (Fender) Bassman 410
- (Fender) Twin Reverb 212
- (Vox) AC30 212
- (Marshall) 4×12″ com (Celestion) G12T-75
- (Marshall) 4×12″ com (Celestion) Greenback
- (Marshall) 4×12″ com (Celestion) Vintage 30
Na parte dos microfones, a escolha não é menor:
- (Sennheiser) MD421
- (Shure) SM57
- (Shure) Beta 42
- (Neumann) U87
- (Royer) R121
- (Royer) R122
- (AKG) C414
- (AKG) C3000
A tecnologia de microfone virtual da NuX permite que você escolha três diferentes posições de microfone em relação ao falante.
Conexões do pedal
Se as simulações são o cérebro do Solid Studio, as possibilidades de conexão são seus braços e pernas (o coração somos nós, certo?).
Excetuando a parte de saída DI Out simulada e balanceada (XLR), todas as outras conexões são encontradas na parte traseira do pedal. Temos 3 jacks: entrada do instrumento, Thru (sinal seco) e Output (simulada); este último pode acomodar plugues mono (TS) e estéreo (TRS), caso em que também funciona bem para fones de ouvido.
Há também dois pequenos seletores: um permite escolher entre -10/+4 dB a sensibilidade de entrada para conexão a mixers e loop de efeitos; o outro seletor ajusta o nível de linha Thru adjacente para a posição SPK (auto-falante) ou Line (linha) – uma opção saborosa que permite conectá-lo a um amplificador de potência, enquanto reduz o nível na saída Out em 20 dB.
Isso significa que – obviamente prestando atenção ao uso de cabos de alto-falante para as conexões e nunca permitindo que a saída de um valvulado fique desconectada – também podemos inserir o Solid Studio entre o nosso amplificador e seus falantes, enviando o sinal para o mixer ou PA e desfrutando do nosso som habitual, tanto no sistema de som quanto na caixa que escutamos!
A interposição do Solid Studio altera um pouco o som natural do amplificador, mantendo o timbre, mas tirando um pouco de ataque, pelo menos no caso do nosso Marshall de 1979.
Voltando à descrição do painel traseiro, ainda temos o soquete para a fonte de alimentação externa (não são necessárias baterias) e o soquete micro-USB para conectar a um PC (Windows ou Mac) permitindo a atualização do firmware e o download de perfis de regulagem de terceiros.
IR (Impulse Response) de alta qualidade
Sobre I.R. (Impulse Response), Greg Howe foi quem nos falou a respeito pela primeira vez. São emulações avançadas de “Resposta ao Impulso” de alto-falantes e microfones; elas superam a equalização simples e incluem dimensões e reflexões do sistema simulado. O NuX integrou o máximo de sua tecnologia no Solid Studio, com uma resolução de 2048 sample por 46ms contra 1024 sample por 20ms do padrão médio atual. Uma qualidade muito alta.
Com o software Solid Studio v.1.1, é possível editar e salvar até 192 presets no PC ou fazer download de I.R. de terceiros e carregá-los no pedal (perdendo a possibilidade de editar o tipo e a posição do microfone). Não só isso: com um procedimento específico, você também pode criar seu perfil próprio de I.R. a partir de um amplificador, colocando um microfone no cone do falante conectado a uma placa de som ou pré-amplificador de microfone; a saída do pré-amplificador irá para a entrada do Solid Studio que, por sua vez, é conectada ao retorno do amplificador (isto é, para a entrada do amplificador de potência). Instruções para o I.R. no botão a seguir!
Conexões possíveis
Há muita diversão ao se explorar os usos do Solid Studio, bem exemplificado nos gráficos NuX, que aqui abaixo nós reproduzimos:
Teste de uso do Nux Solid Studio
A primeira coisa que fizemos foi conectar o NuX Solid Studio a um computador Mac, e encontramos problemas no reconhecimento do pedal e não conseguimos atualizar o firmware. Pesquisamos on-line encontramos várias referências ao problema mencionado – no fórum Axe há um caso não resolvido de tentativa de conectar um produto NuX (Cerberus) ao mesmo tipo de computador.
Passamos a um PC com Windows 7 e, dessa vez, o procedimento para que o firmware fosse atualizado para v.1.2 foi suave e ocorreu em poucos segundos. Também baixamos o software Solid Studio do site NuX sem problemas; há um monte de recursos de PC, em apenas um arquivo executável.
Todos os sons do NuX Solid Studio, tanto da seção Amp quanto da seção Cab/Mic, são de excelente qualidade, são quentes e com um ataque natural, eu diria muito além das expectativas se considerarmos o preço do pedal. Ouvindo com meu próprio equipamento (amplificador valvulado e alto-falantes McIntosh) eles também parecem ser muito melhores do que o que se pode ouvir nos testes de vídeo espalhados no YouTube, onde eu frequentemente sinto o ataque habitual de plasticidade da gravação HD em linha.
As variações possibilitadas pela seleção de válvulas, caixas, microfones e sua posição no cone do falante são diversas e confiáveis. É o canivete suíço clássico para o guitarrista não muito acostumado ao uso de programas de gravação; o uso do software que o acompanha é muito fácil.
A latência do pedal não é perceptível e a classe de 32 bits na conversão é evidente, embora no teste eu tenha utilizado a uma solução de “emergência” com uma placa de som de confiança Zoom H4n.
Mas, além das possibilidades com software, placa de som e PC, este equipamento é mais adequado a equipar um pedalboard de uso ao vivo, e deve ser dito que os técnicos da NuX pensaram em tudo, incluindo a possibilidade de realizar a reprodução do I.R. do seu próprio amplificador!
Teste com amplificador
Resumindo, em nossa mesa ou na cadeia de pedais, conectado a uma placa de som ou mixer de palco no sábado à noite, o Solid Studio oferece muita qualidade, versatilidade e inteligência.
Agora temos que decidir se queremos permanecer agarrados ao nosso desajeitado amplificador valvulado, quente e amado, em um admirável mundo novo que insiste em nos oferecer mais por menos.
Originalmente publicado na revista Axe Guitar Magazine nº 13 – Traduzido e reproduzido por Musicosmos com autorização de Edizioni Palomino, Rome (Itália) – © Edizioni Palomino – Todos os direitos reservados.