Escala de Tons Inteiros: como usá-la no Blues

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A guitarrista Simona Malandrino. Foto de simonamalandrino.it

Nesta lição experimentaremos o uso da escala de tons inteiros em um contexto de blues, no estilo de guitarristas como Scott Henderson, John Scofield e Oz Noy. No posto de professora, para esta lição com a qual nos divertiremos apimentando o Blues com cores de jazz, temos a guitarrista Simona Malandrino.

Estamos tocando um E7 e, antes de enfrentar a aplicação da escala de tons inteiros, devemos revisar as três soluções mais óbvias e imediatas para improvisar sobre este acorde: Escala Mixolídia e as Pentatônicas de Blues Maior e Menor. (Clique para ver a lição)

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A escala de tons inteiros (que é uma escala hexafônica) é uma escala simétrica constituída exclusivamente por intervalos de 1 tom. Por esse motivo, cada nota pode ser considerada o centro tonal da própria escala.

Vamos começar com a nota E e gerar uma escala construída por tons inteiros, nota por nota.

E – F# – G# – A# – B# – C## – E

Recorremos ao uso do # após o B e após o C# para deixar claro o desenvolvimento regular dos intervalos sucessivos de 1 tom.

Como se pode notar, após seis graus voltamos à nota inicial, uma oitava acima. Por isso o sufixo hexa, derivado do sufixo grego esa, que significa, adivinhe, seis.

Agora, vejamos os intervalos que as notas dessa escala representam em relação ao E7 acima do qual tocamos e que, lembremos, é formado pelas notas E, G#, B, D. Primeiro, porém, vamos renomeá-las de uma maneira mais funcional. Vamos chamar A# de Bb e C## de D.

A escala se tornará: E – F# – G# – Bb – B# – D – E

Notamos imediatamente que a escala de tons inteiros contém a Fundamental, Terça maior e Sétima menor do acorde, sugerindo a espinha dorsal básica do acorde de Dominante de E7. Destacamos as três notas em negrito. As notas restantes são o F#, segunda maior presente tanto na escala Mixolídia quanto na Pentatônica Maior e as duas possíveis alterações na quinta B, o Bb e o B#, respectivamente, quinta diminuta e aumentada.

A escala, portanto, pode ser usada nos acordes de Sétima Dominante ou Nona que têm uma alteração na quinta: 7 (aug5) ou 7 (dim5); 9 (aug5) ou 9 (dim5).

Mas essa escala também pode ser facilmente usada mesmo em acordes simples de sétima dominante, o que trará uma tensão cativante dada pela presença das alterações. Além disso, a b5 é uma nota cujo som já está cravado no ouvido dos guitarristas de blues que a usam como Blue Note presente na escala pentatônica menor de blues.

Extraímos do fraseado completo escrito (no início do artigo) e tocado por Simona Malandrino o fragmento de escala usado pela guitarrista. Também neste caso, os intervalos em relação ao E7 são destacados na partitura:

Obviamente, lidar com esse tipo de material harmônico em um contexto de blues requer uma percepção musical acurada, que permita seu uso com a sensibilidade musical correta e adequada. Em uma entrevista recente, Simona indicou Scott Henderson, John Scofield e Oz Noy como suas referências para esse tipo de fraseado.

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