Review: Contrabaixo Ibanez Workshop EHB1505MS

A Ibanez tem uma longa tradição na construção de guitarras que proporcionam desempenho e valor excepcionais, daquelas que tem muitos recursos mas, ao mesmo tempo, não te levam à falência. O contrabaixo Ibanez EHB1505MS não apenas cumpre este mesmo requisito, mas vai muito além. Este é o primeiro baixo multiescala que analisamos formalmente, e ficamos muito impressionados com o som e a tocabilidade deste instrumento.

O baixo Ibanez EHB1505MS é uma ótima opção multiescala que não apenas soa bem, mas também tem uma boa aparência – além de não economizar para manter seu nível de preço. O EHB1505MS compartilha seu DNA com alguns outros irmãos headless de quatro, cinco e seis cordas da linha Ibanez, mas este modelo oferece tudo o que poderíamos querer em um instrumento moderno.

Para qualquer um que fique indeciso ou intimidado pela ideia de um instrumento multiescala, o contrabaixo Ibanez EHB1505MS é altamente digno de consideração devido à sua tocabilidade, construção, preço e – o mais importante – timbres surpreendentemente fáceis de tirar!

Categoria	Peso	Nota
Recursos	20%
Usabilidade	25%
Timbres	25%
Documentação	10%
Preço	20%

Recursos

O contrabaixo Ibanez EHB1505MS chegou em uma gig bag bem acolchoada. Ficamos primeiramente impressionados com o visual da cor Pacific Blue Burst Flat, com a parte superior de poplar burled, e depois com o peso, o equilíbrio e a visível qualidade de construção. O peso ultraleve evidencia que o corpo é construído com câmaras internas.

O acabamento deste baixo é um acetinado liso e sem brilho com algumas partes desgastadas na frente e nas costas, com um tampo de poplar pintado de azul. Resumindo, é lindo!

Muitos baixistas podem se sentir intimidados pelo braço de 24 trastes de escala variável devido à aparência angular dos trastes. Você pode ter ouvido alguns músicos se referirem a esses tipos de escala como “trastes em leque” – embora isso descreva a estética, não descreve a funcionalidade. Um design multiescala tem diferente comprimento de escala em cada corda para fornecer melhor entonação, tensão, conforto e tocabilidade.

O conceito de design multiescala remonta a uma patente do início de 1900, mas foi popularizado nos últimos anos pelo construtor de instrumentos boutique, Dingwall. Em comparação com a maioria dos baixos Dingwall, porém o baixo Ibanez EHB1505MS é mais fácil para a maioria dos músicos se adaptarem, uma vez que o comprimento da escala é de apenas 35″ a 33″ – de B a G. Um braço Dingwall típico vai de 37″ a 34″, sendo extremamente longo na corda B grave (para referência adicional, um Jazz Bass típico tem um comprimento de escala de 34″).

O lindo braço de madeira Panga Panga e Walnut em nove peças, reforçado com grafite, tem raio de 19,7″ com 24 trastes médios de aço inoxidável e escala de Panga Panga. As marcações da escala são pontos em abalone e também há pontos laterais luminescentes. O estendido recorte inferior do corpo fornece fácil acesso a todos os 24 trastes. A largura na pestana e no 24º traste são 44,96mm e 73,91mm, respectivamente.

Os componentes eletrônicos ativos incluem um volume master e controle de blend para um par de captadores Nordstrand Big Split com cancelamento de ruído, colocados nas posições de braço e ponte. O EQ tem três bandas e inclui controles de graves e agudos em +/- 18db com uma chave seletora de bypass do pré-amplificador, além de um controle concêntrico de médios variável que alcança +/- 15db.

Os controles de médios variáveis são muito úteis ao lidar com ambientes acústicos complicados. Além disso, observe que o potenciômetro de agudos também é um potenciômetro de Tone passivo quando a chave seletora desativa o pré-amplificador. O sistema requer apenas uma bateria de 9 volts para funcionar.

A ponte é extremamente bem pensada e apresenta cinco carrinhos separados com ajustes para espaçamento, ação e entonação das cordas. A largura do espaçamento entre cordas é definida em 18mm, mas é ligeiramente ajustável em qualquer direção. Uma bela obra de arte usinada, devemos dizer.

As tarraxas deste instrumento sem headstock estão localizadas na ponte, fazendo com que ajustes rápidos de afinação sejam um pouco complicados. A relação das engrenagens de afinação é tal que você deve girar muito o botão para fazer até mesmo um ajuste de afinação sutil.

O baixo EHB1505MS inclui alguns extras, incluindo travas de correia Schaller S-Locks (o design novo aprimorado), chaves Allen, um apoio de dedo e manual.

Para quem não está familiarizado com apoio de dedo, este pedaço de madeira é colocado entre os captadores e é mantido no lugar por uma fita adesiva (incluída) na parte traseira da madeira. Muitos baixistas gostam de apoiar suas mãos na parte de cima do escudo, pois isso proporciona um tocar mais consistente. O acessório oferece uma experiência semelhante para este baixo que não tem escudo.

Usabilidade

A primeira pergunta na mente de todos os músicos é, sem dúvida, como é a sensação de tocar um baixo multiescala? A adaptação é fácil, é mais difícil de tocar?

Em resumo, é basicamente a mesma coisa, e talvez melhor, do que o seu baixo padrão.

Enquanto olhamos para o braço do baixo com seus trastes angulares, no início sentimos que as coisas pareciam um pouco “fora de lugar”, mas subindo e descendo as escalas no braço por alguns minutos, nós rapidamente nos adaptamos aos trastes angulados.

Em pouco tempo, ficamos surpresos com a rapidez com que nossos dedos se adaptaram a este braço. Sem perceber, estávamos tocando sem realmente pensar muito sobre o design multiescala. Os trastes têm menos ângulo do que se encontra em um baixo Dingwall (temos em nosso estúdio) e, em comparação, o baixo Ibanez é muito mais fácil de se adaptar do que o Dingwall com sua angulação aumentada e comprimento de escala estendido.

Uma coisa a se notar devido ao comprimento multiescala é que a corda G é muito tensa e pode demorar um pouco a adaptação. Talvez, usar um calibre um pouco mais leve na corda G possa ajudar com isso.

A ação exigiu apenas pequenos ajustes assim que o baixo chegou. Mas uma vez ajustado, foi impossível parar de tocar este baixo! O instrumento acomoda-se bem no colo e, como não há headstock, não acontece de o braço pender para baixo.

Baixistas que tendem a fazer upgrade dos componentes de seus instrumentos vão ficar com dinheiro extra no bolso, pois simplesmente não encontramos nenhuma razão para modificar nada neste contrabaixo.

Com a ação baixa, fomos capazes de alcançar todas as notas em todos os 24 trastes em todas as cinco cordas. Exceto a corda A em torno da 14ª casa, todas as notas soaram claramente com muito pouco ou nenhum ruído de traste. O remédio para a corda A foi apenas aumentar um pouco a ação e o ruído desapareceu.

Mas mesmo com a ação mais baixa, o ruído do traste foi insignificante no geral e permitiu que este baixo fosse uma escolha muito boa para muitas técnicas avançadas.

O espaçamento das cordas é ajustado em confortáveis 18mm, o que permitiu slaps e dedilhados confortáveis. O formato único do corpo tem costas inclinadas de Mogno Africano que se adaptam perfeitamente ao corpo. Quanto ao layout de controle, se você é um baixista que se move muito e está sujeito a golpes acidentais nos botões, pode apreciar o posicionamento dos controles na parte inferior do corpo, fora de perigo.

O jack de ¼ polegada é um conector Neutrik de alta qualidade raramente vistos em baixos deste nível de preço. É mais fácil o cabo romper do que ser acidentalmente desconectado do instrumento!

A troca das cordas também custa um tempo de adaptação. É preciso usar uma chave Allen (incluída) para afrouxar a trava da corda no headstock que as cordas possam ser removidas. E, tivemos que ter cuidado para cortar as cordas no comprimento certo para evitar um headstock feioso.

Mais uma vez a Ibanez entregou um contrabaixo matador que supera todas as expectativas.

Sonoridade

De todos os baixos de cinco cordas que já tocamos (incluindo muitos instrumentos de boutique), o contrabaixo Ibanez EHB1505MS tem a corda B mais focada de todos eles. Tocamos em uma variedade de amplificadores de baixo e interfaces de gravação.

Quanto aos amplificadores de baixo, usamos um Phil Jones Micro 7, Phil Jones DB400 com cabine de extensão C4, Eden WTX1000N com cabine Aguilar 1×12 e um equipamento EBS HD360. Quanto às interfaces de gravação direta, usamos Noble, REDDI, Avalon U5 e V5, Sonic Farm 2di4, Teegarden Audio Fatboy, Chandler LTD1 e Brent Avril 1028.

Em todos os cenários, os captadores Nordstrand Big Split e o sistema de equalização ativo produziram timbres fortes e altamente focados – especialmente nas cordas graves. A receita desse baixo é muito boa, em relação aos timbres. Para músicos que gostam daquele som robusto de médios estilo Jaco, este baixo tem esse som – até mais do que os baixos de Jazz que normalmente relacionamos com este tipo de timbre.

Alguns baixos são bons em uma coisa só, mas o sistema de equalização é muito versátil neste instrumento. Fomos capazes de arredondar bastante o som do baixo, mantendo os médios na cara sem que o som do baixo ficasse turvo ou embaralhado.

Retirar os médios e passar para o captador de braço nos deu um som mais profundo e gutural, sugerindo um tipo de timbre P-bass.

Documentação e Suporte

O contrabaixo Ibanez EHB1505MS inclui um manual de cuidados Ibanez habitual e também ferramentas para manutenção básica. Existem muitas informações relacionadas ao EHB1505MS no site da Ibanez.

Preço

O Ibanez Bass Workshop EHB1505MS (preço sugerido de US$2.342,21 nos EUA) é vendido por aproximadamente US$1.700,00 (nos EUA) – o que é um valor incrível para um baixo desta qualidade de construção. Parabéns à Ibanez por ter conseguido isso.

Em comparação com outros baixos de cinco cordas, você precisaria pagar muito mais para atingir esse nível de refinamento de boutique.

A sensação de tocar esse baixo é certamente diferente dos modelos clássicos. No entanto, quando você se aclimatar com o braço multiescala (uma adaptação rápida), você será recompensado com uma ótima sensação e alguns timbres exclusivos que complementarão muito bem seu arsenal de baixos.