Expulsos da Globo!

(Continuação do artigo anterior) Quando voltamos ao Brasil, a estratégia de divulgação estava toda pronta. Focada na liberdade do Lobão e um disco internacional com som de primeira. Já tínhamos feito em 1988 – e está no YouTube também – um programa especial “Lobão”, para a TV Manchete e outro programa chamado “TV DA TRIBO”, além de muitos “Globo de Ouro” e alguns “Faustões”.

Pois bem. Chegou o ano de 1989. O Brasil polarizado. Exatamente como agora, porém sem redes sociais.

Eleição Collor x Lula. Eu carregava bandeiras do PT nessa época, como se fossem bandeiras do Flamengo! Hora de lançar o o LP no Faustão (está no YouTube essa apresentação também).


Ao vivo, às 13hs exatamente no dia da eleição (no segundo turno), nos apresentaríamos. E por lei, não poderíamos falar de política, pois a votação ia até às 17hs. Era crime.

Mas… podíamos cantar…

Nossa apresentação às 13hs ao vivo pra todo Brasil, nos abriu uma ótima possibilidade de fazer “nossa campanha”.

Mudamos o refrão de “Quem Quer Votar”, para “É Lula-lá”, o então jingle da época da campanha.

Fizemos isso de pirraça, jovens que éramos. Somos de uma geração que brigou pelas Diretas Já. E fomos a luta do nosso ideal ao vivo no dia da eleição: crime eleitoral.

Levei os bottons e adesivos e todos usamos.

A platéia urrava com a gente fazendo o “L” de Lula com as mãos e cantávamos todos juntos. Faustão ficou branco! Caiu nossa segunda música e mandaram a gente sair do palco.

Resultado: nem vinheta do Lobão pôde ser usada nos 10 anos seguintes, na emissora.

Mas… viríamos com um petardo em 1990. O LP “Vivo!”, que gravaríamos ao vivo no festival Hollywood Rock para 90.000 pessoas no Morumbi SP e para 45.000 pessoas na Praça da Apoteose! Aí a plateia viria abaixo e o nosso show seria eleito o melhor do festival.

Nesse dia, fui chamado pela primeira vez pra entrar no Barão, numa conversa numa festa no hotel Hilton onde estávamos todos bebendo, etc.

Duda Ordunha – empresário da banda – me sondou. Mas eu tinha acabado de gravar um super disco ao vivo com Lobão e nossa turma!

Adorei o convite, mas tive de recusar. Em 1990….

Em 1992 eu entraria no Barão! Onde ficaria até 2017.

Discografia selecionada por Rodrigo Santos, incluindo um trecho do Hollywood Rock:

Trecho do show no Hollywood Rock de 1990
https://youtu.be/tDqmpx4z0Gw
Barão Vermelho
Tears for Fears
Terence Trent D’Arby
Marina

Sobre o Autor

Rodrigo-Santos
Rodrigo Santos
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Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.

Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.

Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova".  Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.

www.rodrigosantos.com.br

2 COMENTÁRIOS

  1. Não entendo pq vcs ainda afirmam que Lobão ficou banido da Globo por 10 anos,se no utube podemos encontrar uma aparição dele em 1991 no próprio Faustão ,fazendo playback.

    • Olá, tudo bem? Obrigado pela correção. Bem, na verdade quem afirma é o Rodrigo Santos, o baixista dele na época e autor desse artigo… mas ele pode estar enganado, claro. Talvez o “banimento” não tenha sido tão rígido assim! Pelo menos para o Faustão! rsrs… Vamos procurar esse vídeo citado para fazer aqui a correção direitinho e atualizar o post. (se alguém tiver o link do vídeo e puder postar aqui, vai nos ajudar). Obrigado e volte sempre.

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