Violão Martin SC-13E: Premier Guitar Review

De acordo com a Martin, o novo modelo SC-13E da empresa foi “projetado para preencher a lacuna entre o violão e a guitarra”. Eles certamente conseguiram! À primeira vista, parece um violão Martin dreadnought estilo D-28 com a cintura deslocada e um recorte meio incomum. Mas com seu braço extra-fino, ação baixa e fixação inovadora do braço ao corpo sem um tróculo, parece muito com uma guitarra elétrica bem regulada.

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Esse é um conceito convidativo para músicos que se sentem mais à vontade no instrumento elétrico do que no acústico. Mas não deixe que os impressionantes detalhes do design o ceguem para o fato de que também é um violão de cordas de aço que soa bem e que é dono de um timbre adorável e único.

Feito para emocionar

O SC-13E, fabricado no México, possui um bonito tampo sólido de abeto Sitka. É adornado com uma adorável roseta nas cores azul e pérola, além do escudo retrô tipo casco de tartaruga artificial. O acabamento brilhante é imaculado. Os filetes discretos de 4 camadas incluem uma fina camada de azul, assim como a roseta. O fundo e as laterais são de koa com acabamento em verniz – mas, cara, que verniz bonito! O violão é lindo de qualquer ângulo.

O braço de 20 trastes é construído a partir de madeira não especificada (a Martin usa mogno, sapele, sipo e cedro espanhol de forma intercambiável no braço deste modelo). Ele é unido ao corpo na altura da 13ª casa. Mas esses sete últimos trastes são quase absolutamente acessíveis, graças aos recursos mais impressionantes do violão: um cutaway de formato incomum e a união do braço ao corpo sem um tróculo saliente. Há um recorte profundo onde o tróculo normalmente estaria, tornando quase tão fácil percorrer o braço do violão quanto em, por exemplo, uma Telecaster.

Eu nunca toquei um violão com trastes superiores mais acessíveis. Cutaway não convencional de violão – ou, nesse caso, qualquer cutaway – é questão de gosto. Mas esse aqui parece alucinante.

As cordas ficam bem próximas da escala de ébano. A ação é super baixa, mas sem trastejamentos. É surpreendentemente fácil fazer pestanas ou acordes complexos nos trechos mais agudos. A tocabilidade é simplesmente fenomenal.

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Um timbre próprio

O timbre do violão Martins SC-13E é brilhante e articulado. As cordas agudas e graves se equilibram perfeitamente. Os sons são incomumente expressivos e, quando você leva a mão em direção à ponte ou à boca, a diferença é perceptível.

Ele é igualmente sensível à dinâmica de palhetadas – o violão parece encorajá-lo a explorar os extremos de sons altos e suaves.

Particularmente impressionante é a forte compressão natural sob uma palhetada mais forte. Quando toquei com cerca de 80% da força máxima, os sons foram agressivos e sólidos. Mas quando eu aumentei para 100% de força, o violão não ficou perceptivelmente mais alto. Simplesmente soou mais enérgico.

Esse não é um violão Martin que soa especialmente alto, nem possui muita força nos graves. Seja microfonado de perto no estúdio ou amplificado no palco, não há nenhum problema. Mas se você precisar de volume acústico máximo para tocar – seja na igreja ou em qualquer outro lugar – talvez prefira um instrumento com mais saída e graves mais proeminentes.

Você sabe como tantos violões de cordas de aço soam uma porcaria quando tocados com muita força? As cordas fazem barulho contra os trastes. Os timbres ficam ásperos e finos. Mas isso simplesmente não acontece aqui. O que é especialmente impressionante, dada a ação tão baixa.

Então – de certo modo paradoxalmente – a resposta dinâmica do violão Martin SC-13E pode atender tanto a violonistas habilidosos que exploram toda a extensão dinâmica do violão quanto a vocalistas que socam seus violões tocando com força excessiva. Independentemente de suas habilidades ao tocar, é difícil fazer esse violão soar mal.


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Feedback

O violão Martin SC-13E emprega eletrônica Fishman MX-T, primo OEM do popular sistema Matrix. Não há microfone interno ou microfone condensador – apenas um piezo sob o rastilho.

Piezos são captadores extremamente resistentes ao feedback, o que combina com um violão projetado para ser usado no palco com uma banda em alto volume. Para muitos violonistas, piezos soam finos e “metálicos”. (Ok, eu mesmo sou um desses) Mas este é um sistema piezo incomumente agradável. Proporciona agudos mais agudos e graves mais graves do que um microfone.

Confira o vídeo de demonstração em 3min20seg, onde eu demonstro o contraste entre o som do microfone e o som do captador. Às vezes, as notas individuais tocadas através do captador soam um pouco finas, especialmente na terceira corda. Mas com um pouco de reverb fica bastante melhor. Adicione baixo e bateria, e ninguém na platéia irá reclamar.

Enquanto isso, o circuito com piezo significa que você pode tocar muito alto no palco sem fazer o violão gritar. (De acordo com a Martin, a forma do corpo assimétrico também ajuda a controlar o feedback) Eu me diverti muito conectando o SC-13E a amplificadores e simuladores de amplificadores para sons decididamente não acústicos, como ouvimos na parte final do vídeo de demonstração.

O sistema MX-T também inclui um afinador bacana montado em um ângulo bem dentro da boca, onde o violonista pode vê-lo, mas a platéia não. O afinador silencia a saída do violão quando ativado.

O veredito

O violão Martin SC-13E é um instrumento inovador, cuidadosamente concebido e maravilhosamente construído. Os músicos que costumam passar mais tempo com a guitarra elétrica do que com violões certamente vão gostar, mas não são os únicos. O violão literalmente deixa os dedos tocarem coisas que eu seriam mais difíceis de fazer na maioria dos violões de cordas de aço.

Ele também possui recursos amigáveis para o palco: visual matador, excelente resistência ao feedback, um afinador escondido e muito mais. Destaca-se tanto na experiência acústica tradicional quanto como ferramenta para a experimentação sônica.

Veja o vídeo de demonstração do violão Martin SC-13E:

Sobre o autor: Joe Gore, editor sênior de Premier Guitar baseado em São Francisco, gravou com Tom Waits, PJ Harvey, Tracy Chapman, Courtney Love, Marianne Faithfull, Les Claypool, Flea, DJ Shadow, John Cale e muitos outros artistas. Sua música aparece em muitos filmes e programas de TV, além de um número indeterminado de jingles. Joe já escreveu milhares de artigos sobre música ou músicos e contribuiu para muitos produtos musicais, incluindo os programas Logic e GarageBand da Apple. Em seu tempo livre, Joe produz a linha de efeitos de guitarra Joe Gore e edita um blog para nerds de guitarra (tonefiend.com)


Leia o artigo original na Premier Guitar.

Sobre o Autor

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Artigo originalmente publicado em Premier Guitar, traduzido e publicado por Musicosmos sob licença de Premier Guitar. Todos os direitos reservados.

VISÃO GERAL
Timbres
Tocabilidade
Construção e Design
Custo / Benefício
FONTEPremier Guitar
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