Gibson Lukas Nelson ’56 Les Paul Junior

Em um universo de guitarras repleto de opções, é fácil a gente esquecer a alegria da simplicidade. Então, se você acordou esta manhã com uma ressaca digital após uma noite de audições de muitos microfones virtuais e modelagens sonoras, a Gibson Les Paul Junior Lukas Nelson 1956 pode ser o cheeseburger gorduroso metafórico que você tanto deseja.

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Madeiras, fiação e a pancada da velha guarda

Não há como uma guitarra elétrica ser muito mais simples do que uma Les Paul Junior. Não por coincidência, talvez, suas fileiras de admiradores e apaixonados tendem a ser roqueiros e arruaceiros punk que adoram a falta absoluta de adornos e frescuras.

A signature Les Paul Junior de Lukas Nelson leva o conceito de volta ao básico extremo. Ela é baseada no modelo 1956 de Nelson, que é quase igual à primeira Les Paul Junior que estreou dois anos antes. Nestes primeiros anos de produção da Les Paul Junior, a Gibson não se preocupou em adicionar um captador na posição do braço, recorte duplo ou opções de cores como TV Yellow ou Cherry.

Esta é a construção de guitarras elétricas da maneira mais direta possível e os resultados musicais podem ser emocionantes.

Assim como nos exemplares vintage da Les Paul Junior, a Gibson não fez do status de “guitarra para estudante” uma desculpa para economizar na qualidade. É tudo muito bem organizado, embora, admito, as opções espartanas deixem pouco espaço para bagunçar a construção. 

O corpo compacto parece muito pequeno, mas incrivelmente confortável. E, embora o acabamento pareça mais como acetinado moderno do que vintage, a pátina é linda, sugere uma vida bem vivida e funciona bem com detalhes como as tarraxas envelhecidas, três de cada lado no estilo Kluson.

A ponte compensada de estilo vintage é envelhecida de forma semelhante e é uma boa atualização do modelo original, que era impossível de afinar. Eu ainda pude notar pequenas irregularidades na entonação – particularmente na terceira corda – mas isso realmente não impede que os acordes soem bem.

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Sons selvagens

O captador P-90 de alnico 3 é notavelmente silencioso quando está ocioso – o que não é pouca coisa, dada a quantidade existente de P-90s zumbindo como uma geladeira defeituosa em uma loja de bebidas. E mesmo se você estiver familiarizado com o caráter típico do P-90, o relativo silêncio pode deixá-lo despreparado para a forma como os sons parecem explodir na guitarra. 

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Típico de qualquer P-90, o captador no Lukas Nelson tem um ataque feroz, saída substancial da primeira e segunda cordas e uma forte presença de médios.

Mas nem tudo são timbres de picador de gelo. Há um arredondamento bonito, quase empoeirado, na composição harmônica – mesmo com tone e volume abertos – algo que os músicos de fender-maníacos e admiradores da Telecaster em particular irão reconhecer. Coloque estes timbres em uma sequência de acordes  e tudo se torna um rosnado gutural que esclarece por que os músicos de punk e rock adoram esse modelo.

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Em regulagens de baixo ganho em um amplificador – digamos 3 a 4 em um combo Fender – a Les Paul Lukas Nelson rosna resplandecentemente. Na verdade, há algo quase hi-fi nos detalhes que o P-90 captura nessas configurações.

Clareza não é normalmente a primeira qualidade que você associa ao miticamente turbulento captador P-90, mas é uma faceta audível do desempenho desse pickup

Há muitos detalhes para admirar nesses sons, e os potenciômetros responsivos com atuação relativamente suave significam que você pode explorar os detalhes surpreendentemente limpos e fortes em volume atenuado ou configurações de timbre mais fechado.

Você também pode se sentir compelido a usar os controles de maneiras expressivas, devido ao seu posicionamento cuidadoso: logo atrás da ponte, mas perto o suficiente para ajustes simultâneos fáceis e suaves de volume e controle de timbre.

Combine a Gibson LP Lukas Nelson com um amplificador mais profundo em seu estado de saturação natural e essa Gibson assume a personalidade de um arruaceiro experiente. Há muito espaço para limpar o timbre e muitos detalhes nos harmônicos. Mas também é o som encarnado do rock ‘n’ roll safado.

Gibson Lukas Nelson ’56 Les Paul Junior: o Veredito

Há muito tempo eu não me divertia tanto com uma guitarra elétrica quanto neste tempo que passei com essa Les Paul Junior Lukas Nelson 1956.

Ela é incrivelmente leve e confortável de segurar e manusear em sessões prolongadas, é suave e rápida sob os dedos, e o adorável alnico 3 do P-90 é silencioso e completo – de sons suaves e claros de volume e timbre atenuados a barbarianismo punk de garagem a todo vapor. E em cada configuração a guitarra revela uma capacidade para imagens complexas que desmentem sua simplicidade proletária.

De Charles Saufley

Charles Saufley é escritor, editor e músico de São Francisco. Ele é o editor de equipamentos da Premier Guitar desde 2010 e atuou anteriormente como editor da revista Acoustic Guitar.

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Artigo originalmente publicado em Premier Guitar, traduzido e publicado por Musicosmos sob licença de Premier Guitar. Todos os direitos reservados.