Batizado com o nome de Arnolpho Lima Filho, o baixista, guitarrista e produtor Liminha, nasceu em São Paulo em 5 de maio de 1951. Filho de uma pianista e professora clássica e de um farmacêutico apaixonado por instrumentos de cordas, já aos 10 anos de idade formou sua primeira banda, The Thunders. Depois integrou os grupos Os Lunáticos e Baobás. No início dos anos 70, formou com Sérgio e Dinho a Compania Paulista de Rock, banda de apoio do “Tremendão” Eramos Carlos.

Nos bastidores dos festivais de música Liminha conheceu o conjunto Os Mutantes, participando como músico convidado da banda nos festivais das TVs Record e Excelsior.

De 1969 a 1973, foi efetivado no grupo com o qual gravou os discos “Jardim elétrico” (1971) e “Mutantes e seus cometas no país dos bauretz” (1972). Com o grupo Som Nosso De Cada Dia, fez uma única apresentação no lendário “Festival de Águas Claras”, para muitos considerado o “Woodstock brasileiro”.

Sua atuação como produtor musical se iniciou em 1977 com o álbum de estreia das Frenéticas e com o registro histórico da Banda Black Rio – “Maria Fumaça”, cuja faixa título foi tema de abertura da novela “Locomotivas” da Rede Globo.

Em 1984 Liminha e Gilberto Gil se tornam sócios do estúdio Nas Nuvens no Rio de Janeiro, que se tornou uma verdadeira fábrica de sucessos.

Nessa década, Liminha produziu importantes álbuns, como: “Luar” de Gilberto Gil de 1981, a trilogia inicial de Lulu Santos entre 1982 e 84:”Tempos modernos”, “O ritmo do momento” e “Tudo azul” e ainda “Seu espião” do Kid Abelha em 1984 , “Selvagem?” dos Paralamas em 1985 e “Cabeça dinossauro”, do Titãs, em 1986.

Na década seguinte, produziu importantes álbuns como “Marina Lima” (1990), “O Canto da cidade” (Daniela Mercury, 1992), “Parabolicamará” (Gil, 1992), “Tropicália 2” (Caetano e Gil, 1992), “Da lama ao caos” (Chico Science & Nação Zumbi, 1994), “Rappa Mundi” (O Rappa, 1996) e “Manual prático para festas, bailes e afins” (Ed Motta, 1997).

Em 2001 criou um grupo de surf music, The Silvas, no qual assumia a guitarra, ao lado do baixista Nenê e do amigo desde os Paralamas, João Barone (bateria).

Em 2008 fundou o grupo The Three Amigos, completado por Dadi Carvalho (Novos Baianos, A Cor do Som) e do gaitista e cantor carioca Luie.

Liminha também é compositor e tem parcerias com Gilberto Gil (“Vamos fugir” e “Nos Barracos Da Cidade”), Vanessa da Mata (“Ai, ai, ai…” e “Ainda Bem”) e Arnaldo Antunes (“Ninguém no carnaval”).

Detentor de vários Latin Grammy Awards, Liminha é um dos mais respeitados músicos com atuação marcante no Pop-Rock nacional e na Música Popular Brasileira.

Estrela – Gilberto Gil

A seguir apresentamos a transcrição da linha de contrabaixo registrada por Liminha para a faixa “Estrela” do álbum “Quanta” de Gilberto Gil em 1996. Nessa belíssima toada, Liminha constrói uma linha toda pontuada pela escala pentatônica maior, descendo por tônica, sexta, quinta e terça maior nos acordes maiores.

As pausas nos primeiros tempos, compasso sim, compasso não, deixam a música mais leve, criando um modelo rítmico característico.

Destaque para o uso de parada dupla (double-stop), ou seja, duas notas articuladas ao mesmo tempo no compasso 79, na região aguda do instrumento. Boa prática e até a próxima!

musica-estrela-gilberto-gil-baixista-liminha-pagina-1
musica-estrela-gilberto-gil-baixista-liminha-pagina-2
musica-estrela-gilberto-gil-baixista-liminha-pagina-3

[su_box title=”Visite a Loja Musicosmos”]

[su_posts template=”templates/list-loop.php” posts_per_page=”3″ post_type=”product” taxonomy=”product_cat” tax_term=”310″ order=”desc” orderby=”rand”]

[/su_box]

Sobre o Autor

baixo sire
Alex Rocha
[email protected] | + posts

Bacharel em Música pela Universidade Estácio de Sá, Alex Rocha é baixista, compositor, arranjador e produtor musical.

Fez parte da banda do cantor Emílio Santiago de 2003 até 2013 tendo gravado seus DVDs “O Melhor das Aquarelas” em 2005 e “Só Danço Samba Ao Vivo” de 2011, premiado com o Grammy Latino como o melhor álbum de samba em 2012. Seu primeiro CD  solo ”Boas Novas” (Niterói Discos/2003) obteve excelentes resenhas da crítica especializada e foi co-produzido pelo baixista Arthur Maia.

Em 27 anos de carreira, Alex Rocha acompanhou artistas como Victor Biglione, Wagner Tiso, Celso Blues Boy, Bibi Ferreira, Itamara Koorax, Pery Ribeiro, Zé Renato, Leila Pinheiro, Fred Martins e Nico Rezende, e também grandes músicos da cena do jazz internacional, como Eddy Palermo, Phil DeGreg, Jeff Kunkel e Mark Lambert entre outros.

Na Rede Globo de Televisão participou do programa Gente Inocente entre 2000 e 2002, gravando inúmeras trilhas musicais veiculadas pela emissora.

Participou de festivais como: Festival Internacional de Blues do Circo Voador (1993); Nescafé in Blues (SP- 1994); Búzios Jazz & Blues 2000; Festival de Jazz & Blues de Fortaleza -2001; Tribulaciones Jazz Festival (Buenos Aires/2001); Ipatinga Jazz Live (2004 e 2008); Baltimore Waterfront Festival (E.U.A.- 2006); Curitiba Jazz & Blues Festival (2008); Festival de Jazz da Savassi, e Rio das Ostras Jazz & Blues em 2011.

Apresentou-se com seu grupo no 3º Niterói Musifesfest em setembro de 2006 recebendo como convidado especial Toninho Horta. Em 2009 gravou o CD “Aventura” do tecladista José Roberto Bertrami, lançado pela gravadora inglesa Farout Recordings, indicado ao Grammy Latino. No ano 2011 lançou o CD ”Cachet!” pelo selo Niterói Discos, em parceria com o guitarrista Marcelo Frisieiro. Em 2012 participou da gravação do programa “Som Brasil - Clube da Esquina” da Rede Globo de Televisão acompanhando Milton Nascimento, Lô Borges e Wagner Tiso. No mesmo ano passou a colaborar como colunista da revista Bass Player Brasil. No ano de 2014 participou do festival MIDEM em Cannes, França acompanhando o Andrea Dutra Quarteto  e o Cláudio Dauelsberg Trio.

Desde novembro de 2015 acompanha o cantor Daniel Boaventura em shows pelo Brasil. Também faz parte do Osmar Milito Trio e do quinteto liderado pelo pianista e cantor Nico Rezende no show em Tributo a Chet Baker trabalho esse que teve um DVD lançado em fevereiro de 2017 pelo selo Fina Flor.