Fala pessoal, sou a Isa Nielsen, sou guitarrista e foi um prazer ter recebido o convite para escrever artigos pra vocês do Musicosmos e falar um pouco mais da minha experiência nas seis cordas.

Para começar, quero deixar claro que a técnica precisa estar alinhada ao conhecimento teórico, caso contrário, não será possível aplicá-la. Você tem que saber as notas no braço da guitarra, a formação de acordes e escalas, divisão rítmica, entre outros, mas não vou falar sobre isso hoje.

Tudo o que você fizer, faça com calma e da melhor maneira possível, repita corretamente até chegar na velocidade ideal, porque se você repetir errado, vai perder tempo corrigindo e aprendendo de novo. Eu acredito que o primeiro exercício técnico a se fazer deve ser a palhetada alternada, é muito simples: apenas alterne para baixo e para cima (figuras 1 a 4).

Isa Nielsen 01-figura 1
Figura 1

 

Isa Nielsen 01-figura 2
Figura 2

 

Isa Nielsen 01-figura 3
Figura 3
Isa Nielsen 01-figura 4
Figura 4

O próximo passo é adicionar a mão esquerda, fazendo exercícios simples com os dedos 1 e 2 (indicador e médio, Figura 5),

Isa Nielsen 01-figura 5
Figura 5

e dedos 1, 2, 3 e 4 (indicador, médio, anelar e dedinho – Figura 6).

Isa Nielsen 01-figura 6
Figura 6

O exercício deve ser variado, por exemplo 1324, 1432, etc (figuras 7 e 8).

Isa Nielsen 01-figura 7
Figura 7
Isa Nielsen 01-figura 8
Figura 8

Quando você começa a obter o domínio do movimento que cada dedo deve executar, podemos partir para a escala pentatônica (figura 9). Muito usada pelos roqueiros, também no metal e blues e diversos estilos, é uma escala de 5 notas que todo guitarrista deve saber. Com ela, você desenvolve licks, fraseados e padrões, e esse é um dos primeiros passos para improvisação.

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Figura 9 – Escala pentatônica

A próxima é a escala maior (figura 10), formada por 7 notas, que geram um universo de possibilidades e os modos gregos. Você pode aplicar o estudo de técnica, principalmente palhetada 3 e 6 notas por corda, praticando padrões, fraseados, entre outros.  Mas a melhor forma de ter um bom fraseado é com repertório. Aprender os licks e frases das suas músicas e guitarristas preferidos. Para isso, reforço novamente, você precisa ter a estrutura do conhecimento teórico.

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Figura 10 – Escala maior

Como disse Lênin:

A teoria sem a prática de nada vale, a prática sem a teoria é cega

Aprendendo a formação de escalas e acordes, você pode aplicar também os arpejos, que são acordes tocados nota por nota, organizados em tríades, tétrades, em vários modelos. Podem ser tocados de diversas formas, as mais comuns, palhetada alternada ou sweep picking, que é uma técnica em que se faz as palhetas para baixo, desde de que seja uma por corda, ou híbrida, que seria a mistura de palhetada alternada com sweep, por exemplo, baixo cima baixo, baixo cima baixo…

Outros recursos básicos são bend e vibrato, é muito importante saber afinar os bends, para meio, um, um tom e meio, dois tons, e saber fazer vibratos que soem bem. Isso muitas vezes demora anos, porque é amadurecimento, mas se você treinar de forma consciente desde o começo já vai poupar muito tempo.

Outras técnicas como tapping, harmônicos artificiais, salto de cordas, entre outras, são recursos avançados e o intuito do texto foi explicar a sequência didática do aprendizado técnico da guitarra para iniciantes, apenas um guia pois a partir desse guia deve-se buscar mais informações. Mas espero que esse artigo inicial sirva para introduzir conceitos importantes sobre os quais você pode pautar o seu aprendizado, e nos quais eu baseei o meu.

Nos próximos artigos vou explicar mais a fundo esses conceitos e trazer novas dicas pra vocês, até a próxima!

Sobre o Autor

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Isa Nielsen nasceu em Herning, na Dinamarca, mas mudou-se para São Paulo ainda criança, onde mora desde então. Aos 14 anos começou a tocar guitarra, e logo montou sua primeira banda. Atualmente Isa Nielsen dá aulas de guitarra e está trabalhando em sua carreira solo.