Diga as palavras “Gibson SG Modern” e já imaginamos algumas modificações bem selvagens sobre o corpo sólido de uma Gibson – e certamente a SG Modern apresentada aqui não é o bom e velho clássico de mogno na cor cereja que todos conhecemos. Mas abra o case e ainda haverá um imediato “ahhhh!” de reconhecimento. Continua sendo uma SG, mas com numerosos recursos contemporâneos dedicados aos guitarristas, e uma aparência que salta décadas adiante de suas origens lá no início dos anos 60.
A Gibson apresenta a SG Modern como “um híbrido entre SG e Les Paul”. E, de fato, é uma opção interessante para guitarristas que sempre foram atraídos pelo design chifrudo e especificações radicais que aparecem nesta parte do catálogo de modelos Gibson.
Tocado em um Fractal AX8 gravado no Pro Tools através de uma interface Unversal Audion Apollo Twin Duo. Primeira seção, AX8 definido como “Boutique DC” semi-clean.
- 0:00 – Captador da Ponte, full humbucking mode
- 0:07 – Captador da Ponte, P-90 mode
- 0:15 – Captador do Braço, full hubucking mode
- 0:21 – Captador do Braço, P-90 mode
- 0:29 – Ambos os Captadores, P-90 mode
AX8 set to “Plexi Crunch”:
- 0:33 – Captador da Ponte, full humbucking mode
- 1:14 – Captador do Braço, full humbucking mode
Combinação clássica
O caso mais evidente da mistura Les Paul / SG é encontrado no tampo de flamed maple AA da SG Modern e no corpo sólido de mogno. Essa combinação às vezes é escolhida por sua clareza e definição quando comparada a um corpo somente de mogno (embora o corpo SG mais fino com recorte duplo e a junção do braço signifiquem que uma SG com top de maple sempre soará um pouco diferente de uma Les Paul).
Para muitos músicos, o maple vale pela aparência tanto quanto por qualquer outro motivo, e a bela fatia de flamed maple que se abre como um livro, lindamente acentuada pelo acabamento Blueberry Burst, chama realmente a atenção, para dizer o mínimo. E também combina muito bem com os botões tipo top-hat claros.
As características modernas vão além das novas madeiras. A SG Modern ostenta 24 trastes medium-jumbo em vez dos clássicos 22. O comprimento da escala tradicional de 24,75″ é o mesmo, mas o braço é moldado em um perfil assimétrico ergonômico e fino, que mantém um pouco mais de massa sob o lado da mão onde está o polegar, para encaixar mais naturalmente na palma da mão.
Pessoalmente, eu nunca fui um grande fã do perfil Slim Taper da Gibson em geral – embora muitos gostem – e esse formato diferenciado quase merece um nome novo. A escala de ébano tem raio composto para manter os acordes mais confortáveis e os bends sem trastejamento, com um nut GraphTech de 1,695″ e incrustações trapezoidais de madrepérola genuína.
O hardware inclui uma ponte Nashville Tune-O-Matic e cordal stopbar de alumínio, além de tarraxas Grover Rotomatic com trava, todos cromados. E embora você espere uma divisão de bobinas em qualquer SG que seja chamada de “moderna”, os captadores do braço Burstbucker Pro (7.71 kohm) e da ponte Burstbucker Pro+ (8.56 kohm) fazem as coisas de forma um pouco diferente: em vez de simplesmente cortar uma bobina para um timbre de single-coil agudo (e muitas vezes decepcionante), a comutação push-pull em cada controle de volume adiciona um pequeno capacitor que recalibra uma das bobinas para som tipo P-90, sem qualquer queda perceptível na saída. Além disso, embora ainda sejam feitos para especificações estilo PAF, os Burstbucker Pro são feito com bobinas parafinadas para evitar o feedback em grandes volumes.
Take duplo
A SG Modern chegou bem regulada e pronta para trabalhar assim que saiu do case, com ação média-baixa. Os trastes parecem bem polidos sob os dedos, embora os acabamentos nas suas extremidades sejam ligeiramente afiados em alguns lugares à medida que você sobe e desce pelo braço da guitarra. Testado através de um cabeçote Friedman Small Box com um gabinete de 2×12″ e com um Fractal AX8 em um equipamento de PA para ensaios, a SG Modern soou, bem…, tipo uma Les Paul. E meus ouvidos definitivamente me dizem que há um pouco mais de mordida e clareza vindas do maple. Mas, na maior parte do tempo, é apenas uma SG nervosa, crua e roqueira. O que é – desnecessário dizer – um monte de diversão.
Alguns guitarristas podem pensar diferente, mas pessoalmente fico feliz que a Gibson não tenha equipado a SG Modern com humbuckers de alta saída. Os Burstbucker Pros lidam com configurações de amplificadores de alto ganho sem o menor sinal de reclamação, para que você possa fazê-la chiar o quanto quiser, embora ainda haja muita clareza e nitidez ao estilo PAF, com profundidade saborosa e grande alcance dinâmico.
Tocada limpa, a SG Modern oferece a doçura e capacidade de soar cortante que Gibsons de especificação vintage possuem. Mas esta guitarra realmente brilha quando eu a espeto no canal principal do Friedman, ou no perfil “Plexi Crunch” do Fractal. A brincadeira fica veloz e bruta, e a SG se sente muito bem neste habitat.
É difícil dizer se os timbres levemente rudes acessados ao se levantar as chaves push-pull são autenticamente P-90 sem fazer uma comparação A / B direta. Mas eles são uma alternativa agradável, com certeza. Eles provavelmente são mais úteis do que a maioria das divisões de pseudo-single-coil que eu já usei, e são particularmente cortantes e cheios de atitude em configurações de amplificação semi-limpas ou crunchy.
O Veredito
A SG Modern é definitivamente uma ótima guitarra – tudo o que você quer de um SG de alta performance e, provavelmente, um pouco mais. Se o estilo da SG Modern agrada ou não a você, será uma questão de gosto, é claro, mas o conceito é bem executado, a regulagem e o acabamento são ótimos (há apenas alguns problemas nas extremidades dos trastes), e é inegavelmente uma guitarra divertida e feroz. Ela é um elemento de rock’n’roll em grande escala do século XXI, com montes de atitude, tocabilidade fácil e versatilidade sonora impressionante.
Dave Hunter
Dave Hunter é escritor e músico que trabalhou nos EUA e no Reino Unido. Ele é o autor de The Guitar Amp Handbook, The British Amp Invasion, Guitar Effects Pedals, The Fender Telecaster, The Gibson Les Paul e uma dúzia de outros livros, além de colaborar regularmente com várias revistas de guitarra. Dave também lidera a banda A Different Engine, e mora em Portsmouth, NH, com sua esposa e seus dois filhos.
Sobre o Autor
Premier Guitar
Artigo originalmente publicado em Premier Guitar, traduzido e publicado por Musicosmos sob licença de Premier Guitar. Todos os direitos reservados.