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Muitas vezes não damos a devida importância às pequenas partes que compõem a cadeia de sinal de nossos equipamentos – e que podem ser fonte de problemas, ruídos e dores de cabeça. Hoje vamos conversar sobre a influência dos cabos, conectores e fontes de alimentação no desempenho do nosso timbre.

É muito comum ver músicos investindo uma boa parte de seu dinheiro no melhor instrumento, no melhor amplificador e nos melhores pedais disponíveis, dentro das possibilidades de cada um.

No entanto, esse investimento pode ser desvalorizado por falta de atenção a itens “secundários”, como os cabos que usamos para conectar um equipamento ao outro. Temos que considerar que o elo mais fraco da corrente será aquele que possivelmente marcará o resultado final do som, então não faz muito sentido conectar um instrumento de custo médio-alto a um bom amplificador usando um cabo de baixa qualidade.

Fonte de Alimentação

O principal problema encontrado ao usar uma fonte de alimentação de baixa qualidade é o zumbido. Fontes não filtradas e não estabilizadas permitem que parte da ondulação eletromagnética presente na rede elétrica passe para o sinal, e isso pode ser claramente ouvido na forma de um “hum”. É verdade que existem efeitos que são mais sensíveis do que outros, dependendo de seu design interno, mas como regra geral os efeitos de modulação, distorções e aqueles que funcionam em faixas de frequência variadas (wah-wah, por exemplo) tendem a ser muito sensível a essas interferências.

É fácil detectar quando há um problema de ruído em uma fonte de alimentação, pois ao desligá-la (fazendo uso de baterias), o zumbido desaparece.

Hoje em dia existe no mercado uma grande variedade de fontes filtradas, estabilizadas e reguladas que, por um preço razoável, eliminarão este problema. É preciso fugir das típicas fontes estilo $1,99.

Muitas das fontes de alimentação de melhor qualidade também oferecem ótimas funcionalidades, como saídas de várias tensões para alimentar pedais de 9, 12 ou 15 v e até mesmo soquetes CA para alimentar pedais digitais ou efeitos que funcionem com essa corrente.

Algumas têm a possibilidade de regular a tensão abaixo de 9V, obtendo o efeito “bateria fraca”, que pode incrementar o som de alguns pedais específicos. Naquelas que poderíamos chamar de fontes de alimentação “topo de linha”, descobriremos que as várias saídas que elas possuem são isoladas umas das outras, o que garante que não haverá nenhum problema de loops de terra ou interferências entre diferentes pedais.

Este último tipo costuma cobrar, infelizmente, um preço bastante elevado.

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Cabos de conexão entre pedais

Aqueles “cabinhos” costumam ser uma das últimas peças de equipamento que os músicos notam. Um erro, sem dúvida, já que uma conexão de má qualidade será fonte de interferências, cliques irritantes ao pisar ou movimentar os pedais, e também responsável por uma perda significativa de frequências no som final. É óbvio que quando temos mais de 4 ou 5 pedais interligados, adquirir cabos de qualidade pode parecer um investimento alto.

Mas bastará fazer um teste simples de audição para escancarar a diferença. Se usamos pedais de uma determinada qualidade e nos preocupamos em torná-los True Bypass para manter o nível do sinal, é preciso pensar nos conectores como parte do próprio pedal, já que são eles que interagem diretamente com as entradas e saídas dos equipamentos.

É fundamental o uso de conectores de boa qualidade, bem como o uso de cabos blindados de bom nível. Encontra-se no mercado várias marcas que oferecem cabos com medidas padronizadas e elevados padrões de qualidade.

Outra opção é comprar conectores, o cabo e fabricá-los por conta própria, uma possibilidade especialmente interessante quando a intenção é ter uma pedaleira de “personalizada”. Se soldar não for uma de suas habilidades, existem opções como os conectores George L, cujo engenhoso sistema permite criar os cabos conectores necessários em poucos minutos, simplesmente apertando um parafuso.

Se os pedais forem conectados através de um roteador, seja analógico ou via midi, é ainda mais importante investir em conectores de qualidade, já que serão multiplicados os metros de cabo por onde passará o sinal.

Cabos

Independentemente da quantidade de efeitos que o músico tem aos seus pés, há algo que sempre teremos que usar: um cabo para conectar o instrumento elétrico ao amplificador, ou dois, se houver pedais. Mais uma vez, este cabo será um gargalo quando se trata de definir o nível do som final.

Nos últimos anos, surgiram inúmeras opções quando se trata de cabos de alta qualidade, ampliando a gama de preços – de algumas dezenas de Reais até 3 dígitos. Sem dúvida, investir algum dinheiro na aquisição de um cabo de muito ótima qualidade é sinônimo de sucesso.

Embora possa parecer um excesso de zelo quando pensamos que é “apenas um cabo”, temos que considerar os benefícios de longo prazo que ele nos trará… durabilidade, ausência de interferência, manutenção do sinal original… benefícios que geralmente são amortizados a longo prazo, quando você percebe que está com o mesmo cabo há vários anos sem se lembrar de nenhum incidente.

Em bons cabos, observamos a qualidade dos componentes (os conectores e o próprio condutor blindado), a resistência do isolamento e a filtragem mínima de frequências do instrumento.

Também é preciso pensar na aplicação desejada, já que existem gamas de cabos de altíssima qualidade cujo ambiente de trabalho é mais voltado para o estúdio de gravação do que para os clássicos ensaios ou performances ao vivo de uma banda de garagem.

Assim, é possível tentar otimizar o investimento. Em geral, nossa recomendação é que você preste atenção a esta parte “secundária” do seu equipamento, já que poderá ter surpresas muito agradáveis ​​simplesmente trocando a fonte de alimentação velha ou os conectores entre seus pedais.

Às vezes, os problemas são mais fáceis de corrigir do que parecem.

David Vie

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