Joe Bonamassa está entre os representantes mais destacados da arte de tocar guitarra blues-rock. Ao longo dos anos, esse papel de liderança o levou a endossar diversos equipamentos merecedores do seu selo de qualidade. O mais novo, a guitarra Epiphone Joe Bonamassa Limited Edition 1960 Les Paul Standard “Norm Burst”, de US$699 (nos EUA), é realmente impressionante pelo preço que custa.
E ela é também uma excelente guitarra sob qualquer aspecto, do tipo que implora para ser tocada, como se fosse um instrumento vintage muito rodado – com seu lindo e brilhante acabamento bright cherry burst.
Ajuda o fato de Bonamassa ter usado uma das guitarras mais icônicas de sua própria coleção como inspiração e base para esta Les Paul. O nome “Norm Burst” vem da consagrada loja Norm’s Rare Guitars, de San Fernando Valley, onde a Bonamassa a comprou. A guitarra original é uma belíssima Les Paul, para dizer o mínimo. E seu requinte claramente estimulou a Epiphone a cuidar dos detalhes de estilo vintage na sua própria versão.
Gravado com Friedman BE e amplificadores estilo Tweed Deluxe.
0:00 – Bridge pickup, into Friedman BE lead channel.
0:45 – Switch to neck pickup.
1:02 – Bridge pickup, into clean-ish tweed-style amp.
1:14 – Both pickups.
1:25 – Neck pickup.
Contornos clássicos
As características e especificações mais básicas da guitarra Epiphone Joe Bonamassa 1960 Les Paul são clássicas e familiares: corpo de mogno com tampo de maple, braço de mogno, comprimento da escala de 24,75″, raio da escala de 12″ e dois captadores humbucker diretamente orientados para timbres estilo PAF.
Algumas alterações na fórmula são sutis. Por exemplo, o tampo de flame maple do tipo AA não é sólido, é um veneer muito fino que cobre uma placa de maple mais espessa, a qual, por sua vez, é fixada ao corpo de mogno sólido. No entanto, isso não diminui a beleza da guitarra e é uma ótima maneira de obter a aparência de um tampo de flame muito caro sem custar o mesmo.
Outros detalhes são mais precisos. A junção longa do braço com o corpo, capacitores Mallory e os knobs estilo top-hat dos anos 1960 com detalhes prateados que agradarão os mais exigentes.
Essa Epiphone também possui um esquema de fiação dos anos 50 – uma reconfiguração da fiação padrão do potenciômetro Tone que muitos guitarristas preferem por sua clareza adicional nos agudos e controle de timbre mais preciso.
Os captadores da guitarra, um conjunto Epiphone ProBuckers, usam ímãs de alnico 2. (Os PAFs originais da Les Paul usavam ímãs alnico 2, 4 e 5. Os ímãs Alnico 2 normalmente fornecem um timbre mais quente e tem a menor potência entre os três tipos.) Eles também apresentam bobinas de enrolamento correto para a época, medindo 8,51k ohms no captador da ponte e 7,86k ohms na unidade do braço.
Intervalo comercial:
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Como muitas guitarras modernas nessa faixa de preço, a Epiphone substitui o laurel indiano pelo rosewood na escala da guitarra. Além disso, o braço apresenta o perfil 60’s SlimTaper da Epiphone – um formato fino e ostensivamente “rápido”, com a parte traseira plana que supostamente replica a sensação de Les Pauls e outros modelos Gibson do ano de 1960.
Esse braço é visivelmente mais fino que o famoso perfil que distingue as Les Pauls de apenas um ano antes, 1959. Pessoalmente, acho que essa forma mais fina é mais cansativa para a mão esquerda após uma longa sessão e prefiro Les Pauls com formatos de braço mais espessos e arredondados típicos dos anos 50.
Muitos guitarristas, sem dúvida, discordarão veementemente. Dito isso, a guitarra mostrou-se soberba desde o momento em que saiu do case. Com 4,17Kg, é pesada como se espera de uma Les Paul.
Felizmente, o preço de venda inclui um case rígido muito bonito, estilo Lifton.
Star Burst
Antes de ser plugada, a guitarra Les Paul Epiphone Joe Bonamassa 1960 parece viva, responsiva e ressonante. Isso se traduz em um som nítido e bem equilibrado quando um amplificador entra em cena.
Tocada através de um cabeçote Friedman Small Box e caixa 2×12, um combo Carr Lincoln 1×12 e vários patches no Fractal Ax-Fx III por meio de monitores de estúdio, a guitarra soou como uma boa Les Paul deve soar.
Mas também entregou timbres que quase soam como uma excelente Les Paul quando você realmente exige dela.
O timbre de uma Les Paul vintage não precisa ser explicado, e essa Epiphone fala com aquela voz icônica de maneira muito convincente.
Há muita articulação quando você combina overdrive de amplificadores e pedais, emprestando muita interação harmônica que adiciona brilho à saturação, tornando um prazer explorá-la por longos períodos. Como qualquer PAF, esses captadores são predispostos a um pouco de granulado, mesmo em configurações limpas de amplificador. Mas a menor atenuação do volume limpa as coisas o suficiente para sons ricos de jazz e country.
Do outro lado do espectro, na sonoridade crunch, a Epiphone Joe Bonamassa 1960 Les Paul se sai impressionantemente bem, destacando-se nos power-chords, passeando por solos melódicos, exalando rock, blues-rock e até mesmo metal vintage.
O veredito
Essa Epiphone Joe Bonamassa 1960 Les Paul Limited Edition é muito valiosa – principalmente quando você considera o quanto de espírito vintage ela possui. Ela oferece a maioria dos sons clássicos e atributos de performance que os guitarristas esperam do formato Les Paul.
As preferências individuais a respeito da forma do braço podem determinar se essa é a Les Paul perfeita para você. Mas é impressionante notar que quaisquer problemas notados no desempenho dessa guitarra sejam na verdade resultado de preferência pessoal, em vez de críticas à qualidade, projeto ou construção. E a maioria dessas preferências são coisas que você deixa para lá quando fecha os olhos e toca com entrega – o ambiente ideal para essa Les Paul.
Dave Hunter
Dave Hunter é escritor e músico que trabalhou nos EUA e no Reino Unido. Ele é o autor de The Guitar Amp Handbook, The British Amp Invasion, Guitar Effects Pedals, The Fender Telecaster, The Gibson Les Paul e uma dúzia de outros livros, além de colaborar regularmente com várias revistas de guitarra. Dave também lidera a banda A Different Engine, e mora em Portsmouth, NH, com sua esposa e seus dois filhos.
Sobre o Autor
Premier Guitar
Artigo originalmente publicado em Premier Guitar, traduzido e publicado por Musicosmos sob licença de Premier Guitar. Todos os direitos reservados.