Gravado o disco, era a hora de escolher o single, gravar o primeiro clipe e trabalhar a divulgação. Para isso a Warner oferecia um “tour support” que fazia parte do contrato. Um adiantamento referente a estimativa de cópias que seriam vendidas (como referência , sempre a média de vendas da carreira da banda, ou a do disco anterior).

Como parte da divulgação, usamos essa verba para promover uma grande festa no edifício Rio Branco 1, convidando jornalistas, músicos, artistas plásticos, etc.

O clipe de “Pedra Flor e Espinho” tinha a atriz Andréa Guerra, correndo nua pela rua, enquanto nós tocávamos de preto num fundo vermelho. Belo clipe.

Na Avenida Rio Branco 1, o andar inteiro estava reservado para a festa e havia um cinema lá dentro, para exibição do clipe e das outras músicas (fundo preto, com a legenda passando). Era uma sala ao lado. Claro que as pessoas viram o clipe e depois saíram pra beber no local da festa mesmo. Ninguém ia aguentar ver aquelas legendas de 14 músicas sentado numa cadeira de cinema.

Na porta de chegada, já na abertura do elevador, uma foto em tamanho natural de cada um de nós 5. Fazia parte da sessão de fotos que fizemos um mês antes de lançar o disco, num galpão, onde estávamos muito loucos!

A contracapa do disco era com a gente, uma foto cafona, mas que hoje em dia tem seu valor, totalmente rock’n’roll. A capa era um saque em um supermercado, comum no cotidiano de 1992 devido à crise pós impeachment do Collor. Era uma onda de saques a Supermercados numa época de hiperinflação.

No clipe me lembro que dei um teco, fui fazer a barba para gravar e cortei o rosto sem querer. Não parava de sangrar. Acabei colocando açúcar pra estancar o sangue e poder filmar.

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Crítica do álbum publicada em 10 de junho de 1992 no jornal O Globo, de Tom Leão

Voltando à festa.

Descobrimos que uma festa de lançamento não serve para nada a não ser para todo mundo beber e comer as suas custas. Foi a única!

No disco seguinte, “Carne Crua”, já usaríamos a verba pra cenário, etc. Mas que eu me senti um Rolling Stone, ah sim, eu me senti. Festa daquelas.

Dali fomos direto para a pizzaria Guanabara dar asas à noite! Que pra mim nunca acabava.

A noite nunca tem fim, por que a gente é assim?

A trilha sonora para esta coluna foi escolhida pelo próprio Rodrigo Santos:

Sobre o Autor

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Rodrigo Santos
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Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.

Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.

Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova".  Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.

www.rodrigosantos.com.br