Sim! O telefone tocou! Era o Frejat. E depois o Guto.
Eu não tinha nem dormido. Eram 8 horas da manhã, depois de uma noite de esbórnia no baixo Leblon. Indiquei o Billy Brandão para fazer o show acústico com Lobão. Eu estava ensaiando também com a banda Rio Sound Machine.
Para tudo!
Ok! Bora! Eu era o novo baixista do Barão Vermelho.
Cheguei no Estúdio Verde – no Cosme Velho, RJ – a aparelhagem do Dadi, um amplificador Mesa Boogie, ainda estava lá montado, apesar dele ter saído. Eu e Dadi éramos muito amigos. Já havíamos vendido instrumentos um para o outro. Minha irmã Anna era amiga dele também.
Enfim, eu entrava no lugar de um ídolo meu.
Entrei no estúdio. Conhecia todos eles. Alguns mais, outros menos. Ezequiel Neves me recebeu e falou:
“- Garotinho, seja bem vindo! Fica aí que a turma é boa!”.
Lembro como se fosse ontem. Mauricio Barros – nessa época ele era convidado especial porque eles também estavam no meio da tour dos 10 anos de Barão. Ele saíra em 1987, fundara o Buana 4 e me chamou naquela época pra ser o baixista do Buana.
E lá estávamos todos nós no ensaio do Barão pra gravar o LP “Supermercados da Vida” e na estrada com o show dos 10 anos. Entrei a 1000 já. Peninha deu a ideia de tirar o Dadi e gravar comigo logo para já defender na capa do disco! Eu amo o Peninha por isso! Dadi foi tocar com Caetano e havia gravado só um disco: “Na calada da noite”.
Eu comecei a ensaiar o repertório novo e tirei ao mesmo tempo o show ao vivo, escutando uma fita cassete de um show da Rádio Cidade.
Em três dias , lá estava eu na estrada!
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Músicas selecionadas pelo Rodrigo para a trilha sonora desta coluna:
Sobre o Autor
Rodrigo Santos
Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.
Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.
Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova". Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.