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A pausa da tour do Leo Jaime na verdade seria um fim de um ciclo. Ali, Leo foi cursar jornalismo e nós – o FRONT – continuamos na música, com a banda sendo prioridade novamente. De certa forma não sabíamos muito bem o que fazer. Estávamos muito acostumados com aquele ritmo frenético da estrada, dos aeroportos, dos ginásios lotados, das turnês enlouquecidas e divertidas.

Então era hora de pensar um pouco na vida também e correr atrás de trabalho, paralelamente à banda.

Durante uns 6 meses, acabei fazendo alguns bicos esporádicos. Um deles com um irlandês, Billy McDonnel.

Eu fui chamado pelo Cássio Duarte, percussionista do Leo Jaime, para acompanhar junto com ele, o tal Billy. Sujeito simpático, cantava tudo de James Taylor, Paul Simon, America e ainda tinha seu LP autoral. Era ele no violão, eu no baixo e vocais e Cássio na percussão. Fomos de Kombi – 7 horas – até Itanhandu fazer um show no clube da cidade. Foi muito interessante. O show foi ótimo. Aí, logo na semana seguinte, pintaram 2 shows na Ilha do Governador, numa boate bacana. E ele precisava de um baterista. Chamei meu amigo Marcelinho da Costa (hoje batera do Frejat) para esses shows. Marcelinho fazia vocais também. Fizemos assim um show com violão, bateria e baixo. O Billy com uma dança engraçada irlandesa que abaixava com as pernas um pouco e voltava pra cima. Só ele sabia fazer aquilo (rs).

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Rodrigo Santos e Lobão

Foram esses 3 shows e Billy voltou para a Europa. Nesse meio tempo fiz outros trabalhos junto com Marcelinho. Um brasileiro que morava nos USA, chegou ao Brasil de novo e queria fazer um festão na gigantesca casa dele no Cosme Velho, bairro carioca. A mansão estava vazia e fizemos 10 ensaios na sala com um pé direito altíssimo. Ali era repertório 50’s. Elvis, Chuck Berry, etc.

Ganhamos uma grana para fazer os 10 ensaios e na hora de ter a festa, ele voltou para os USA. Não rolou. Loucaço! Mas pagou tudo certinho, inclusive o cachê da tal festa. Era muito engraçado ele tocando guitarra. Totalmente rock’n roll. Nesse momento, passado uns 5 ou 6 meses, toca o telefone na casa dos meus pais. Alguém grita: “Rodrigo! Telefone pra você! “.

“Ok”, respondi. Era o Lobão.

– Rodrigaço! Aqui é o Lobão!

– Oi Lobão, tudo bem?

– Tudo bem querido! Seguinte, queria que fizesse parte da minha banda! Topa?

– Clarooooo!

– Beleza! Pode vir aqui em casa hoje levar som?

– Já é!

E fui.

Playlist da coluna, selecionada por Rodrigo Santos

Confira a Loja Musicosmos:

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Sobre o Autor

Rodrigo-Santos
Rodrigo Santos
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Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.

Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.

Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova".  Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.

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