Em 1970 assisti a final da copa na casa da minha vó Alice. E me lembro dos papéis picados, todos me jogando pro alto com os 4×1 na Itália e o show de bola da melhor seleção de futebol de todos os tempos.
Em plena ditadura de Médici e a música da seleção era pra tentar levantar o clima da ditadura, que tinha como slogan “BRASIL, ame-o ou deixe-o”. E lá em casa, minha mãe Anna era Flu, minha irmã Anna Beatriz era Flu, meu pai Renato era Fla e meu irmão era Fla. 2×2 . Então o caçula (eu) desempatou.
Eu já adorava as cores vermelha e preta e em 1972 surgiria outro ícone que mudaria minha vida. O Zico.
Além de eu desenhar, jogava bola desde os 5 anos. Era outra paixão. Na rua Ícatu em Botafogo, havia um campinho de terra onde várias gerações jogaram. E joguei em todas as épocas, no meio de uma floresta na parte rica da rua.
Foi nessa época que comecei também a andar – e fabricar – em carrinhos de rolimã. E logo a seguir começamos a montar nossos próprios skates. Como eu morava numa ladeira íngreme, descíamos em alta velocidade desde lá de cima.
Na vitrola, começava a escutar os Rolling Stones, por influência de meu irmão. O famoso “Lp da capa do zíper” e uma coletânea que tinha a capa cortada como um losango nas extremidades e do qual não lembro o nome . Comecei a escutar “Its only rock n Roll”, “Brown Sugar”, “Jumpin’ Jack Flash”, “Let’s spend the night together” e “Satisfaction”.
Sobre o Autor
Rodrigo Santos
Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.
Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.
Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova". Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.