(Continuação do artigo anterior) Um mês depois Bruno foi estudar baixo em Los Angeles e abriu a vaga no Eletrodomésticos, Front e Cinema a 2 (que já tinha o sucesso “Não me iluda” nas rádios) de uma só vez. Fui chamado para as 3 bandas.
Ao mesmo tempo, Binho, baixista de João Penca, saiu da banda. Abriu vaga nos Miquinhos. Fiz teste em todas e passei. No Cinema a 2 acabei não entrando a pedido do Kadu, pois ele saiu pra se concentrar mais no Front. E aceitei.
Enquanto isso fui tocar no Eletrodomésticos, uma especie de DEVO nacional. Front e Eletro já tinham uma música cada numa coletânea da CBS, com 10 bandas. O nome do LP era “Os Intocáveis”.
Logo a seguir fiz dezenas de shows com essas 2 bandas em todas as danceterias. O mercado fonográfico aquecia com o rock e os lugares contratavam bandas o tempo todo. Fazíamos playbacks em programas de TV como Xuxa, Carequinha e Alberto Brizola. Fazíamos shows em tudo quanto é lugar. Éramos muito conectados com a New Wave.
Nessa época também fui bicampeão carioca de Squash, esporte na moda nos anos 80. Pegava onda, levava som, surfava, jogava bola, e deixei a Puc. Não havia mais vontade de estudar administração. Larguei e caí dentro da música e dos objetivos de crescer no mercado fonográfico e de shows.
Conseguimos chegar ao compacto simples com o FRONT. As bandas que se destacavam na coletânea ganhavam o direito do primeiro disco – compacto com 2 músicas. E em seguida, dando certo, o artista gravaria o tão sonhado LP. Os grupos FRONT, Eletrodomésticos, Capital Inicial e Zero foram os destaques da coletânea. Todos chegaram ao compacto.
O nosso teve capa feita pelo grande Mauricio Valladares (Paralamas) e fomos à luta. O Eletro estourou uma música e foi até o LP. Capital inicial e Zero também. O Front estava indo por esse caminho, eu já era o cantor da banda quando recebemos um convite (a banda toda) pra tocar com Leo Jaime. O grande artista da época nas rádios!
Uau!!! Bora!!!
Sobre o Autor
Rodrigo Santos
Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.
Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.
Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova". Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.