Nesse momento, do fim do Prisma, as danceterias invadiram o Brasil, principalmente Rio e São Paulo. Eram boates voltadas aos jovens, com conceito inspirado na “Danceteria” (nome da casa) de Nova Iorque. A cena mudava, a New Wave chegava, o punk invadia, os góticos eram uma tribo e a Blitz abriu as portas das FMs em rede nacional, com “Você não soube me amar”.
Música e artes se ampliavam com mais visibilidade . A nossa geração, a geração dos anos 80, invadia gravadoras, rádios, grupos de humor, programas de TV, etc. Chegava o “fim” da Disco Music dos 70 e entrava o Rock dos 80. Saíam as revistas ROLL e BRASIL Surf. Entravam a BIZZ e a FLUIR.
Fui à luta de tocar com outras bandas e os discos na vitrola mudaram de Pink Floyd e Led Zeppelin, para The Police e U2. Com o fim do Prisma, me concentrei mais em ficar tirando coisas de discos e entender a New Wave, que chegava forte ao mercado fonográfico . E comecei a escutar The Police, Smiths, Cure, Pretenders, B52, etc. Paralelamente a isso, entraram nas rádios BR: Paralamas, Kid, Ultraje, Titãs, Barão, Legião, Lulu, Lobão, Magazine e outras.
No Rio eu comecei a frequentar as danceterias Mistura Fina da Barra, Metropolis, Mamão com Açúcar, Noites Cariocas (O Morro da Urca migrou da Disco Music para o Rock 80), Manhattan, Mamute, Cassino Titanic e muitas outras. Numa dessas, onde anos antes havia sido berço da patinação no Rio (e que bem antes era um Drive In, modelo de exibição de filmes que se assistia de dentro do carro, como um cinema ao ar livre – assistindo numa tela enorme) e passou a ser local de shows na Lagoa, encontrei numa noite de novo o Kadu, tocando com uma banda chamada Cinema a 2, de Fábio Fonseca e com Bruno Araújo no baixo.
Bruno e Kadu também tinham o FRONT. Bruno tocava também com sua irmã Lu Araújo, no Eletrodomésticos. Kadu tocava também com João Penca & Miquinhos Amestrados, cujo baixista era o Binho. Enfim, depois do show do Cinema a 2, subi no palco e troquei uma ideia rápida com Kadu. Falei que o Prisma havia terminado e que se soubesse de alguma vaga para baixista em alguma banda, pra me indicar. E estava ali sendo aberta uma porta que seria definitiva.
Enquanto isso eu estudava aquele tipo de música que invadia as rádios e influenciava as bandas nacionais.
Sobre o Autor
Rodrigo Santos
Há 36 anos contando a história do pop rock nacional, o baixista e vocalista Rodrigo Santos foi durante 26 anos artista do Barão Vermelho (1991/2017) e também tocou com Lobão, Kid Abelha, Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Blitz e Moska.
Santos está em carreira solo há 11 anos, tendo lançado durante esse tempo solo 7 CDs (6 autorais), 2 DVDs e 1 livro – sua biografia, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Puggiali. Na biografia, Santos – além de sua história musical – conta como largou álcool e drogas em 2005 e se tornou coordenador numa clínica entre 2006 e 2009, além de fazer palestras/shows em escolas e faculdades.
Hoje em dia, além de fazer 15 shows solo por mês do DVD "A Festa Rock" e estar lançado seu oitavo disco solo "Desacelerando ( canções simples de uma noite fria)" que já está nas rádios e plataformas digitais, Rodrigo montou outra banda, com o guitarrista inglês Andy Summers (The Police) e o baterista João Barone (Paralamas), chamada Call The Police. Estão rodando o mundo com a tour e Rodrigo canta e toca o baixo em todo o show, com repertório do The Police. Santos também está cantando junto de Leila Pinheiro e Roberto Menescal na tour "Faz Parte do Meu Show - Cazuza em Bossa Nova". Rodrigo Santos se apresentou solo com muito sucesso nas 4 ultimas edições do Rock In Rio (2011/2013/2015/2017) . Além de ter tocado com Barão na edição de 2001 e com Lobão em 91.